Falta apenas a publicação no Diário Oficial para que as novas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Jornalismo façam-se valer. Um processo que ainda pode levar mais ou menos três meses, considerando as correções, ajustes e a burocracia.
As novas Diretrizes estão em tramitação desde de 2009 e sua construção se deve à criação de um curso genuinamente de jornalismo. Ainda hoje, há uma balburdia em relação à nomenclatura do curso. É comum um estudante ou profissional dizer que o seu curso era de comunicação social com/em habilitação em jornalismo. A partir de agora é correto chamá-lo de Curso de Jornalismo.
Fica claro que o jornalismo deixa de ser uma habilitação da Comunicação Social, porém não se exclui dessa área.
Enquanto isso, gestores de cursos e professores universitários já encaram o dilema de modificar seus Projetos Pedagógicos de Curso. Talvez, um momento que exija um pouco mais de cautela.
Para o jornalista Eduardo Meditsch, durante o II Fórum Sul-brasileiro de Professores de Jornalismo, realizado no final de abril em Ponta Grossa - PR, o momento é de aguardar, pois é preciso analisar as mudanças realizadas na redação original das diretrizes.
É possível adiantar que entre as mudanças estão o estágio obrigatório, a carga horária mínima de três mil horas e um equilíbrio entre disciplinas teóricas e práticas.
Este panorama é de agitação entre as universidades particulares, por conta do perfil do estudante, que tem de trabalhar durante o dia e estudar a noite, neste caso, como as horas de estágio seriam cumpridas?
As novas diretrizes não devem ficar encasteladas nas universidades, devem ser também tomadas e compreendidas tanto pelo mercado, quanto pelos os leitores, afinal toda a sociedade constrói sua identidade por meio de seus jornalistas.
Mais do que um profissional comprometido com a transparência, o jornalista precisa ser um intelectual, alguém disposto a pensar a política, a economia e o cotidiano. Compreender os novos caminhos da tecnologia da comunicação, entender que o seu papel não está apenas nas redações, mas em seu estilo de vida e principalmente com a sociedade que o rodeia.
Que venham as novas diretrizes tão comemoradas pelos acadêmicos do jornalismo, em busca de uma nova vertente, de um jornalismo único e exclusivo, de uma área definitivamente singular.
*Jociene Carla Bianchini Ferreira é jornalista, professora de Jornalismo na UEMG e doutoranda no programa de Educação da UFU