Para muitos professores tornou-se uma tortura, não o ministrar aula em si, mas, a situação de violência que vivenciamos no dia a dia. Quando falamos em violência, não é apenas a física que corresponde a 5% no Estado de São Paulo (isto é de acordo com reportagem da Rede Globo de televisão) e sim a tortura psicológica a que somos submetidos no dia a dia, resultando para os profissionais da Educação vários transtornos físicos e mentais. A sociedade cobra, o governo cobra; enfim todo mundo cobra dos profissionais da Educação uma posição e melhoria na Escola Pública. Estamos convivendo com alunos L.A.(Liberdade Assistida) que de assistida não tem nada(esse tipo de aluno é o que comete algum pequeno delito ou grande e tem direito à escola) ; muitas vezes tornando-se uma batata podre no meio das outras e comprometendo todo um trabalho pedagógico, alunos PC(paralisia cerebral) sendo que estes necessitam de atenção especial, com problemas neuropsicológicos , com déficit de aprendizagem, sendo que estes últimos são as causas das indisciplinas em sala de aula e este déficit de aprendizagem vem lá do primário, muitos destes alunos chegando ao oitavo ou nono ano como analfabetos funcionais e não tem Piaget , Freud e outros cientistas que dêem jeito nesta situação. Esta é chamada inclusão da Escola Pública e não bastando toda esta situação, temos que conviver com baixos salários, progressão automática e sensação de incompetência e ineficiência no processo educacional. Uma coisa que acho engraçada , quando um aluno dá muito problema na escola , você chama o pai e nos dá a seguinte resposta, chama o conselho tutelar, a justiça e outros, como se responsabilidade fosse da Escola e dos professores, aliás, o que mais tem se confundido é a educação do lar e a instrucional que é o papel da escola, mas esta não tem bem cumprido esse espaço deixado pela família, não pelos profissionais em si que se esforçam ao máximo para atender o que Educação Contemporânea pede. A sociedade em si tem que reagir a todas esta situação que está exposta a Escola Pública, buscar e cobrar do governo uma verdadeira inclusão, não da forma como está porque os alunos que tem potencial ficam no prejuízo e professor ficando no meio deste rolo compressor acaba sendo ou vitimizado ou massacrado diante de um processo que não tem solução. Acho muito engraçado os pedagogos, apenas estudam os profissionais da educação não procuram estudar o perfil da família brasileira, infelizmente o povo brasileiro acostumou-se a um falso paternalismo e assistencialismo, esquecendo-se que antes de darmos o peixe temos que ensinar a pescar e Educação tem que preparar o indivíduo para viver a sua cidadania plena. Temos que partir dos seguintes pressupostos: Educação em primeiro lugar, dignidade aos profissionais de Educação, respeito e valorização, uma escola que atenda dignamente aos alunos dando-lhes uma Educação que realmente merecem.
*Professor João Carlos Ribeiro