Pois é, será que isso foi possível? Será que Ele se vestiu assim mesmo? Claro que não, não é? Não foi assim o passado. Estamos falando do presente. Falamos desse Jesus que caminha hoje do nosso lado. Que tem os mesmos problemas que os nossos. Que tem nossas mesmas dificuldades ou até maiores, que paga aluguel, paga escola, etc. Falo desse jovem vestido à moda de hoje, com trajes do nosso tempo. Falo desse Jesus que entra na sala de aula todos os dias, querendo aprender cada vez mais para poder ensinar a quem não tem a mesma oportunidade. Falo dessa criatura que visita pessoas carentes e doentes pelo simples prazer de servir. A santidade das pessoas é possível enquanto ela estiver aqui na Terra buscando a felicidade sua e das outras pessoas. Tudo vai se transformando a partir dessa vontade, basta que nossa bandeira seja a perseverança. E é isso que precisamos ter. A cada dia uma nova empreitada nos bate à porta em busca de reações novas, de reflexões internas e contundentes. Quando temos vontade de ajudar a quem quer que seja, encontramos força que não sabemos de onde vem, mas sentimos que está dentro de nós. Que existe de fato. Basta que coloquemos vida nas palavras e responsabilidade nos atos. Basta que tenhamos comprometimento com o necessário e com o sério, com pessoas que precisam de nossa ajuda. Os maiores feitos começam com mudanças que fazemos dentro de nós primeiro. Depois é possível tentar melhorar os outros. Eu vi o Senhor dia destes dentro da sala de aula. Ele trajava calça jeans e camisa polo. Sorridente como nunca. Ele estava empolgado e alegre porque ajudava um colega de classe a resolver um problema que seria questionado na próxima prova. Também O vi numa empresa preocupado com a recente contratação de um jovem que se encontrava desesperado com sua nova função e que temia perder o emprego caso não obtivesse sucesso. Eu O vi pregando a palavra a um transeunte maltrapilho que pedia migalhas no semáforo da esquina. Eu O vi caminhando nas ruas da cidade buscando ajudar alguém, talvez a livrar-se do vício maldito. Eu O vi na escola tentando explicar aos alunos o caminho que deveriam seguir na busca de seus ideais. Novamente O vi no hospital buscando aliviar a dor daqueles que as famílias haviam desamparado. Eu O vi do outro lado do muro da minha casa, quando me perguntou se eu estava bem porque havia notado eu de cabeça baixa e semblante cansado. Eu O percebi quando, na rodoviária da minha cidade, procurava conversar com as pessoas perguntando para onde ia ou de onde chegava. Eu O encarei por um instante e vi Nele a minha própria mãe a me dar conselhos na infância. Vi Nele meu pai perguntando se eu estava bem na escola. Amigo leitor, quanto mais se observa as pessoas, mais enxergamos nelas atributos até então nunca percebidos antes. Consigo observar além de suas desbotadas calças jeans e camisas polo, uma criatura a serviço do semelhante. Será que Ele não está dentro de todos nós? Será que Ele não está decididamente dentro de você e disso você não faz uso? Reflita.
*Manuel Ruiz Filho - manuel-ruiz@uol.com.br