O padre Antônio Vieira, em sua sabedoria e eloquência, argumentava que “a boa educação é moeda de ouro, pois em toda parte tem valor”, na sociedade do século XVII, que era muito diferente da que vivemos hoje. A ideia contida na premissa, porém, mantém-se válida. A boa educação forma profissionais capacitados para o mercado de trabalho, o que estimula o crescimento econômico, aumentando a riqueza do país e beneficiando diretamente a vida das pessoas. Parece uma equação simples, mas não é, já que, desde os tempos do padre Vieira, patinamos no campo da educação.
As universidades brasileiras, no entanto, estão dando passos importantes para mudar essa radiografia negativa. No ranking das universidades da América Latina, divulgada recentemente pela consultoria britânica QS World, a Universidade de São Paulo (USP) lidera como a principal entre as 300 classificadas da região. O Brasil comparece ainda com a Unicamp (3.º), UFRJ (8.°) e UFMG (10.°). O ranking baseia-se em critérios como a qualidade da pesquisa, empregabilidade dos formados, recursos de ensino, entre outros. Países importantes como a Argentina, Uruguai e Venezuela nem figuram entre as 10 mais.
Apesar desse bom papel regional, a USP cai para a 139.° posição quando comparada às universidades em termos mundiais. Neste caso, o ranking da QS destaca, principalmente, as universidades norte-americanas e britânicas. Entre os países do Bric, o Brasil fica atrás da China e da Rússia em número de indicações – com 12 universidades – entre as 300 mais, superando apenas a Índia. Segundo especialistas, o Brasil só poderá melhorar sua colocação no ranking global se investir na língua inglesa para seus trabalhos acadêmicos e, até mesmo, para incentivar a vinda de especialistas estrangeiros para o país.
Investindo cada vez mais no ensino superior e no conhecimento de inglês, a língua da ciência e tecnologia, o Brasil pode alcançar a qualidade tão desejada na educação, aumentando também a qualificação de nossos jovens, melhorando a qualidade do capital humano nacional e contribuindo para que o país se torne cada vez mais competitivo no mercado internacional.
*Luiz Gonzaga Bertelli é presidente Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp