Vou começar agradecendo ao povão das passeatas, que ameaçou dar um “xeque-mate” nos governos e os fez levantarem das cadeiras. O articulista é daqueles que respeitam a figura do(a) presidente do país, seja quem for desde que eleito pelo voto. A presidente Dilma é a autoridade máxima desse país e, ao fazer os comentários a seguir, jamais estarei pretendendo ofender sua pessoa ou mesmo a instituição que representa: a Presidência.
Mas que, a política Dilma e seu grupo, ao se verem acuados pelas ruas, procuraram dar algumas respostas, isto todos sabemos. Por isso, meus dedos estão coçando para usar o teclado.
Primeiro, porque as notícias que temos conhecimento em relação aos hospitais filantrópicos são importantes. O movimento iniciado em nossa região, mesmo que alguns não digam isso, foi fundamental para que a presidente e o ministro da Saúde pudessem dar alguns passos em relação ao atendimento da população. Não fizeram tudo o que foi pedido, porém, como as boas soluções somente aparecem depois de discussões de alto nível, podemos dizer que para começo já foi um grande passo. Só de estar havendo reuniões para tratar do assunto já é uma vitória do movimento Tabela SUS e, também, de setores do governo que se sensibilizaram com o problema. Pequenos e grandes hospitais, já, já, poderão estar sendo beneficiados. Que as partes continuem o diálogo.
Segundo, e ai os dedos coçam mais, porque a política Dilma e seu grupo viram na tal de reforma política um meio eficaz de chamar atenção. Vejam bem, não é de hoje que através destes artigos tenho propugnado por uma reforma política. Agora, mesmo escrevendo aqui em Votuporanga, longe dos holofotes das cidades centros de decisão, vou meter o bedelho nesta história, mesmo porque tenho algumas convicções. Em outras oportunidades, já tratei desse assunto com políticos que me dispensaram atenção, tais como o senador Aloysio Nunes e o deputado federal Edinho Araújo. Se não fui para as ruas com a moçada, para não parecer oportunista e nem um “velhinho” palpiteiro, agora, se preciso, puxo a fila, sempre obedecendo minhas convicções. E, tem mais, se alguém, com diálogo franco e educado, me convencer que algumas dessas convicções estão equivocadas, não terei nenhum receio em humildemente aceitar outras fórmulas.
De tudo que possa ser feito numa reforma política, tenho comigo que alguns poucos itens devem seguir a seguinte lógica:
1) Financiamento público de campanha – Jamais!
2) Voto de lista – Jamais!
3) Voto distrital (puro ou misto) – Fundamental!
4) Ocupação de cargos – Apenas duas vezes, seguidas ou alternadas.
5) Liberdade total para os Diretórios Municipais – Fundamental!
Poderia listar mais alguns palpites, porém, desde que façam alguma reforma já para as próximas eleições, será muito importante. E tem mais, não acho que precisa plebiscito, basta que os parlamentares constituídos cumpram com suas missões e aprovem modificações até o mês de setembro deste ano.
Analisem bem e vejam que se a nação conseguir barrar os “profissionais” da política, através de reformas importantes como essa, o futuro da meninada será promissor. Também, por força de limitações para ocupações de cargos, sem dúvida, a condução do país estará sendo sempre oxigenada, com novos políticos e novas ideias. Se preciso for, semana que vem escrevo mais. Os dedos coçaram.
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados