Francisco de Assis, conhecido como protetor dos animais, foi um jovem rico e adepto dos prazeres da vida. Muito jovem ainda, renunciou à riqueza e passou a pregar a simplicidade e a espiritualidade. Sua célebre frase: “Comece fazendo o necessário, depois o que é possível, e de repente estará fazendo o impossível”, tem o claro significado de esperança. É isso que o outro Francisco, esse dos nossos dias, está fazendo por aqui. Chegou de mansinho, pouco ou nada exigindo. Do contrário, dispensando mordomias de chefes de estado e plantando, pouco a pouco no coração dos jovens e de toda a comunidade brasileira a mais importante das virtudes, a fé. A esperança que Sua Santidade semeia no coração das pessoas é algo indiscutível. Nem mesmo as intempéries do tempo como a chuva e o frio, ninguém arredou o pé. Esse homem se mostra predestinado. Não diz bobagem e descarta qualquer ajuda vinda de políticos de plantão. Nem mesmo o maior deles conseguiu tirar proveito, a não ser postar-se tão somente para filmagens e fotos. Creio que muitos fizeram o possível, ao registrar suas fotos, tirarem do foco quem não merecia aparecer. Francisco veio aqui com a missão de evangelizar a juventude, que há muito tempo vem sendo colocada de lado e discriminada sem saúde, educação e segurança. Jovem, neste país, quando reclama nas ruas por seus direitos de cidadão acaba apanhando. O aprendizado desta visita será de suma importância porque Francisco não veio aqui a passeio. Veio sim, plantar esperança no coração das pessoas. Por nenhum momento falou de sua religião e de seu poder dentro dela, preocupou-se o tempo todo suscitar dentro do coração do povo a fé, a esperança e a solidariedade. Francisco segue os passos de Francisco. São palavras de Francisco de Assis: O que temer? Nada. A quem temer? Ninguém. Por quê? Porque aqueles que se unem a Deus obtêm três grandes privilégios: onipotência sem poder, embriaguez sem vinho e vida sem morte. Temos certeza e convicção que aqueles que ainda não haviam decidido sua religiosidade desta vez o fizeram. Francisco não veio conhecer o Brasil. Não veio em missão de governos. Não veio a negócios. Veio iluminar corações. E iluminou de uma forma tão consistente que a luz jamais deixará de brilhar. Muitos farão abstinência de seus males. Libertar-se-ão das amarras das correntes inquebráveis com seu simples esforço, mas agora foram vitalizados pela palavra da fé e da esperança. Sentiram-se fortes e capazes de transpor quaisquer obstáculos em suas vidas. Voltarão à família. Voltarão ao trabalho e com isso farão os resgates do que perderam. Isso os fará nascer de novo. É a ressurreição de uma vida sem rumos. É o restabelecimento da paz dentro do coração das pessoas que já não tinham mais para onde seguir. Seus corações estavam trancados e doentes. Foi só uma questão de Francisco bater em suas portas e de deixá-lo entrar. Volte Francisco, volte outras vezes. Sua missão é divina e seus atos são como remédios para corações doentes. Francisco veio implorar para que a justiça brasileira deixe de ser tão eficiente na hora de condenar os pobres e na hora de absolver corruptos.
*Professor Manuel Ruiz Filho
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