Hoje é um dia de reflexão sobre o verdadeiro sentido da vida. Dentro da rotina dos dias atuais, marcados de enorme agitação que convulsiona o mundo, em meio de tanta violência, de tanta tragédia, gerada pela falta de compreensão entre os homens, existe anualmente uma semana de bênçãos e de graça que nos convida para uma pausa de reflexão. É a Semana Santa. Época de celebrar dores , penas, sofrimentos, consubstanciado na paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. É o drama maior de todos os tempos. Para muitos é difícil a compreensão desses fatos que não podem ser analisados à luz da ciências e nem pela naturalidade. Dependem da convicção religiosa de cada um, mas sempre alicerçados pela fé.
Estes dias revivemos na memória o cenário de um drama salvador , que se inicia com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, celebrado no domingo de ramos, para na quinta-feira, Jesus já se apresenta sozinho, no Morro das Oliveiras, para experimentar as revelações do seu pai, o Criador.Na oportunidade, anteviu toda a sorte de sofrimento, que teria de suportar como Mártir da Civilização. Sua angústia de lágrimas de sangue o conduziu ao apelo derradeiro: “Pai, afastai de mim esse cálice”. Sua vontade esteve condicionada ao desejo do pai. “Se assim for o seu desejo e não o meu”. Sua parte mais humana estava em conflito ante a certeza da dor e da morte.
O destino do Deus vivo feito homem não sofreu alteração. Jesus pagou o seu preço com a vida. Sumariamente, foi torturado durante a noite e pela madrugada. Foi abandonado pelos apóstolos e traído por Judas e negado por Pedro. O julgamento obdeceu os trâmites burocráticos romanos que foram cumpridos rapidamente. Na sexta-feira, o seu destino estava traçado pela crucificação. A sua morte estava consumada por volta das 15 horas,quando encontrou a dor na cruz. Após tanta sessão de sofrimento, Ele morreu na forma humana. No sábado de Aleluia, permaneceu no sepulcro, a fim de cumprir a profecia da ressurreição no domingo de páscoa.
Entre os tópicos mais importante do ato do martírio, um merece destaque.Tivesse Jesus afastado o cálice de si, a história universal seria outra. Cumprindo seu destino, concretizou a divinização da sua mensagem e a abertura de novos horizontes à humanidade. Baseados nesta lição de vida e de morte, é oportuno a todos nós uma reflexão em torno dos acontecimentos atuais.
As dificuldades e desafios neste momento do nosso são enormes. Se em Votuporanga ainda acreditamos no Poder Público e nas lideranças locais, infelizmente, o Brasil vive uma crise de descrédito na classe política e decepção com os seus governantes. Reina um momento de incerteza e desconfiança. Outrora políticos que se apresentavam dignos e merecedores de votos pelo discurso que vislumbravam um Brasil de futuro promissor, acabaram condenados e presos pelo crime da corrupção. O brasileiro assiste perplexo a indiferença e a ganância de poder por parte de uma expressiva parcela dos nossos políticos. Vivemos na espera de uma reforma política e administrativa, que possa, de fato, coibir os abusos de poder, e que possam, finalmente, apresentar novos rumos para este pais. Não foi para promover a discórdia , a cisão, a ânsia de se beneficiar com o dinheiro público, prejudicando o povo brasileiro que Deus se fez homem e se ofereceu em holocausto. Que os detentores do poder público tenham consciência desse exemplo divino.
Que nesta Páscao, Cristo faça do nosso coração o seu sacrário, reavivando em cada um de nós o sentido da sua morte e ressurreição.