Ivan Herrera Jordão - especialista em Psicologia Clínica e Mobilidade Humana e Transportes; ihjordao@hotmail.com
A preferencial é sempre do condutor egoista.
De mal consigo mesmo e com o mundo, faz do veículo a arma com a qual pode tirar outros, de circulação.
Quando está na preferencial então!?
Sai de perto!...
Como explicar a caoticidade de um trânsito urbano, salvo as raras exceções em que os problemas estão no veículo (o que não retira a culpa do condutor), ou na malha viária (sinalização inexistente ou precária)?
Defendemos exaustivamente uma melhor preparação dos condutores de moto, em espaço onde possam de fato, receber todas as instruções básicas de deslocamentos seguros. Por uma questão de respeito temos que poupar da repetitividade, o nosso leitor.
No entanto, também temos que incluir na nossa análise, aqueles que antes mesmo de contratar os serviços deste ou daquele CFC, “aprendem” a pilotar moto, valendo-se do descuido de pais, irmãos, tios - seus ou de amigos, na calada da noite. Descuido com as chaves.
Destes, alguns aprendem, outros se sequelam, outros morrem. E matam.
Será que já pararam para pensar que não têm o direito de se sequelarem ou morrer, ainda que poupem terceiros?
Primeiro deveriam pagar suas dívidas com a sociedade que manteve a creche, a escola de primeiro, a de segundo grau, enfim, tudo o que faz parte da rotina para a formação dos jovens. Seja rotina de vulnerável ou de classe média alta. Custeada com o empenho nem sempre voluntário - em forma de impostos - de outros, os mais velhos, os “ultrapassados”. Ultrapassados em momento e local indevidos, não raro...
A depender da vontade da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento, vamos ter em breve, AQUELA fiscalização.
Como já defendemos neste espaço, a Secretaria de Segurança Pública acumulava funções e o Trânsito necessita estar vinculado a órgão com mais tempo e condições de trabalho.
Estamos vendo a hora em que voluntários (provavelente pais de jovens que pereceram em acidentes), serão conclamados a fazer parte de um novo grupo, que bem poderia ser denominado de “Servidores da Nação”, os quais, poderiam permanecer, em forma de rodízio, nas imediações dos lugares onde comumente os jovens se encontram e autuar (ter poder para isso), aqueles que após ingerirem bebida alcoólica ou fizerem uso de outras drogas, assentam-se no banco do motorista, sugerindo que serão os condutores do veículo.
A punição seria deixar o veículo num estacionamento próximo (conduzido por um “Servidor”), com o compromisso assinado de não retirá-lo antes de passado determinado tempo (um médico especialista poderia estabelecer o tempo ideal), sob pena de aí sim, receber outra punição, a qual poderia ser quitada com serviços prestados à comunidade; acompanhando outros “Servidores da Nação”, por exemplo... Para que possa se espelhar...
E a depender do resultado do não respeito ao compromisso assumido por escrito, receber uma punição em dobro da que seria comum, em outras situações, respectivas, de autuação.
Estamos prevendo cálculos sendo feitos de quanto tempo ainda viveria esta ou aquela vítima; quanto teria para receber com seu trabalho, para que o condutor culpado pague com o seu suor, o valor devido. Se apenas um emprego não for suficiente, pode ser admitido pelo Estado para receber um numerário complementar. Tudo bem registradinho, com o devido respeito a normas que não envergonhem a ninguém.
E não apenas vítimas fatais. Os sequelados, quanto perdem em termos de remuneração, na condição de sequelados? Cobre-se do culpado.
E mais, quando estes condutores (os infratores), sofrem lesões, que sejam estas comunicadas pelo INSS à Ciretran onde está cadastrado esse mesmo condutor. E que ele tenha que passar por perícia, não apenas para receber o Seguro ou qualquer outra forma de benefício, do Estado, mas também e principalmente para se auferir se necessitará de veículo adaptado.
Mais ainda: que seja recolhida sua CNH até que deixe de receber benefício por incapacidade laborativa. Porque nada impede que provoque outros acidentes em função das lesões, sejam os resultados dessas lesões, passíveis de correção cirúrgica, a posteriori, ou não.
Uma banca especial (e elas existem), daria o veredicto correto. Ou não?
Essa providência com maior entrosamento entre Previdência e Ciretran (Detrans), pode mudar a mentalidade dos condutores que acham que tudo podem. Para não ser imparcial, essa determinação valeria tanto para culpados quanto para vítimas lesionadas. Errado?
Bom domingo. Com Deus. Amém.