Ao relacionar nomes de pioneiros num obelisco que será inaugurado hoje na praça central, a atual administração suscitou um questionamento. Afinal, quem são, de fato, os pioneiros desta cidade? Os fundadores de 1937 ou os primeiros moradores do povoado? A relação apresentada para ser inaugurada hoje já está gerando indignações exatamente por esquecimento de alguns nomes de antigos moradores.
Algumas opiniões relacionadas ao assunto sugerem que a Prefeitura deveria simplesmente copiar os nomes daqueles que constam na ata de inauguração da cidade, na cerimônia de fundação, lavrada em 8 de agosto de 1937. Todavia, há opiniões discordantes. Seria justo reconhecer como pioneiros pessoas que passaram por aquele ato e assinaram o livro sem nunca haver habitado na localidade? É certo que havia gente de Santos, da empresa Theodor Wille, alguns alemães e outros de Tanabi como o padre Paranhos e a banda de música. São dados históricos.
Na verdade, consta , que já naqueles tempos existiam centenas de lavradores que habitavam a redondeza, conhecida como espigão do Marinheiro. A cerimônia de 8 de agosto abriu a possibilidade de novos habitantes e com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro o núcleo cresceu tornando-se em menos de 10 anos um próspero município e Comarca, conforme um único Decreto governamental.
O fato de Votuporanga revela ainda a sua juventude. O surto de crescimento que atraiu muitos novos habitantes não escondeu a aventura e desafios dos seus primeiros moradores. Muitos deles permanecem ativos na comunidade e são testemunhas oculares da história dessa cidade. Esses conviveram em comunidade com os nossos antepassados e conhecem nomes e famílias que devem ser inseridas, até por respeito, na lista de pioneiros.
Por tudo isso, a relação de nomes fixados no obelisco a ser inaugurado nesta noite precisa ser revista com cautela, dando ouvido aos mais antigos moradores. Que se preservem o nome dos que estão na lista no dia de hoje, mas que sejam lembrados os outros que, lamentavelmente, ficaram de fora.