Nos anos trinta, quando Votuporanga foi fundada, havia no Brasil uma ditadura, a Era Vargas. Nunca ouvi nenhum comentário dos mais velhos de que fosse proibida a locomoção, viagens ou mudanças de uma cidade para outra. Melhor dizendo, parece que haviam liberdades. Fico no parece, pois, sem dúvida, a idade que eu tinha,ao ouvir as historias, não me permite maiores lembranças.
Sempre procurei perceber a vida em determinadas regiões, países até, para saber se as pessoas tinham liberdade em seus atos. Penso que a falta de liberdade, principalmente a de locomoção, deve ser horrível na vida das pessoas, pois seria o mesmo que ficar preso em casa.
A falta de liberdade pública de expressão é abominável, porém, superada pelo que se deixou escrito, um dia aparece. Não é bom, porém, a liberdade de locomoção interfere imediatamente na vontade do indivíduo, no seu livre arbítrio.
Por essas e outras, mesmo em época de guerra mundial e com uma ditadura nas costas, muitas pessoas enfrentaram as dificuldades do sertão e vieram se instalar em Votuporanga, que nem era distrito, melhor, não era nada.
Quando se contam histórias, os que as ouvem deveriam procurar se situar no tempo do ocorrido e saber as condições de vida possíveis ali. Feito isso saberão avaliar os feitos. Nem sempre acontece assim, tudo fica parecendo uma linda e colorida epopeia e não é assim.
Aqui por nossas paragens, cheia de mato e um serrado pesado, as pessoas devem ter enfrentado, como se diz: “o pão que o diabo amassou”. Desmatavam e destocavam no braço, faziam barro para assentamento de tijolos em buraco cavado no local, furavam cisternas para terem água e abriam picadas para chegarem a suas casas.
Como havia liberdade podiam fazer tudo isso com esforço próprio e com a certeza de estarem preparando dias melhores. Talvez tenham até enfrentado alguns valentões. Casas de pau a pique, cobertas por folhas de sape, o negócio não era fácil. Porém, tinham liberdade.
Se não houvesse liberdade, creio eu, não teriam vindo para cá o Verissimo e Dias Martins (atacadistas), Sambra, Clayton e Matarazzo (algodoeiras) e tantos outros comerciantes e agricultores.
Hoje, quando a cidade se situa entre as melhores do Brasil para se viver, encontramos pessoas que para cá se dirigem com suas famílias, em busca de melhores oportunidades. Que bom que seja assim.
O desenvolvimento que estamos experimentando, sem dúvida, é consequência de todo um trabalho anterior e, também, da forma como a cidade tem sido administrada nestes últimos tempos. O Prefeito Juninho não cansa de procurar novas oportunidades e de apoiar as boas iniciativas. A Câmara de vereadores não coloca obstáculos nos bons projetos. Tudo é uma somatória de esforços.
Mais interessante ainda e, sem dúvida, muito gratificante mesmo, é ler em algum jornal o depoimento de uma jovem dizendo que se sente como proprietária de um pedacinho da cidade. Isto é encantador e sinal que o estado de espirito comunitário continua impregnado no povo da cidade.
Todo esse carinho com nossa Votuporanga sempre será importante para que a mesma continue abrigando com alegria e bem-estar os habitantes do futuro.
Faço votos para quando Votuporanga comemorar seu centenário possa ser melhor ainda e, se Deus Quiser envolta em Liberdades e Felicidades.
E, também, meu Deus lhes pague aos amigos que foram me prestigiar e ao Prefeito Juninho na noite de sexta.
Parabéns Povo de Votuporanga pela cidade que possui.