Ivan Jordão é psicólogo e colaborador deste jornal. ihjordao@hotmail.com
Trânsito - Direito e Responsabilidade de todos.
Essa frase foi a escolhida pelo Projeto Vida
para encabeçar vários textos divulgados na
Semana do Trânsito, no passado.
O Infracionildo, nosso personagem principal,
ilustrou edições do tablóide com a mesma
denominação, em situações comprometedoras
para um bom condutor, inclusive de bicicleta...
A participação de alunos de várias unidades
de ensino, a criatividade de seus mestres e
diretores, tornavam o evento um destaque,
motivo de orgulho para nós e quem nos
acompanhou, no decorrer dos anos.
O decorrer dos anos, ou seja, o passar do tempo, mostrou, juntamente com o aperfeiçoamento que fomos buscar em cursos e pesquisas, que Educação para o Trânsito é apenas uma ínfima parte da EDUCAÇÃO como um todo. E que assim entendida, a Educação carece de tentáculos para se sustentar, formando nossos condutores do futuro (pedestres, ciclistas, motociclistas etc.), de forma correta.
Dia desses fiquei estarrecido ao tomar conhecimento de um fato que felizmente não ocorreu em creche de Votuporanga, o que nos deixaria muito mais tristes: a mãe, ao procurar conhecer o local onde deixaria seu filho, aos cuidados de educadores e técnicos, esforçava-se para dar a entender aos que a ouviam, que sua criança “estava acostumada no colo, o tempo todo”...
Nem seria necessário ser formado em Psicologia para inferir que era o que ela esperava que fizessem: que reproduzissem o modelo que ela já havia incutido na criança, em termos de cuidados.
Olha aí o início da “educação”, já no berço (literalmente falando), distorcida...
Desde quando, qualquer creche pública, dispõe de quadro de funcionários, para tanto?!...
Seria tal procedimento, o melhor para educar, de fato, a criança para o futuro?
No nosso entender, deveria haver um curso preparatório para ser mãe, no sentido mais amplo. A obrigatoriedade do comparecimento em curso dessa natureza, durante os sete primeiros meses da gravidez deveria ser uma das condições para assegurar uma vaga, em creche pública. E sempre que possível, obrigatoriedade estendida ao pai.
Errado?
Mais errado talvez, as facilidades para se adquirir moto, carro, via financiamentos, com redução de tributação...
Educa-se para ser condutor, mais que para ter outros bens, mais importantes. Construir pode ser viável, desde que se habitue a guardar uma pequena parcela do ganho mensal, para dar a entrada em um imóvel financiado, substituindo o pagamento do aluguel pelo da casa própria. Com o valor que seria destinado à aquisição de veículo automotor...
Errado?
Antes que alguém questione, o pedestre também é condutor: conduz o próprio corpo e deve zelar por ele: uma das maneiras de fazê-lo é optar pelas faixas de pedestres, aguardando que o semáforo indique ser segura a travessia.
Errado?
O leitor tem idéia de quantos pedestres, entre adultos e crianças, são atropelados e mortos, no trânsito brasileiro, ano a ano?
É só pesquisar!...
A Pressa pode Impedir a Chegada!
Essa foi outra frase que o Projeto Vida no Trânsito utilizou bastante, em suas campanhas.
Hoje, só perguntamos:
Pressa para que? Para chegar onde? De que jeito?
A frase mais importante, a qual gostariamos que levasse o leitor a refletir e a repetir para seus amigos, funcionários, conhecidos; um trabalho de formiguinhas, que pode surtir algum resultado, adotamos hoje:
O EXEMPLO É A MELHOR FORMA DE EDUCAR!
Mas podemos continuar lutando para uma melhor formação dos nossos jovens motociclistas, com a adoção de locais ideais para que experimentem, durante o curso, situações que terão que enfrentar, no dia-a-dia, sem um instrutor para orientá-los. Submetidos a aulas totalmente equipados, em solo que não precisa ser de asfalto, mas apenas gramado.
Loucura?
Melhor que continuar a vê-los feridos ou mutilados, quando não mortos!
Os motociclistas são as maiores vítimas da violência no trânsito brasileiro.
Bom domingo! Com Deus! Amém.