Marcelo Murin é administrador de empresas com especialização em marketing e sócio-fundador da Officina di Trade.
O Brasil está a poucos dias de escolher entre um novo mandato para a atual presidente da república ou entregar a posição para seu oponente nesta corrida eleitoral. Isso todos nós já sabemos! No entanto, quais são os impactos que esta “batalha” eleitoral tem trazido ao mercado, especialmente ao varejo nacional, diante de tantas expectativas e incertezas?
Semana passada, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) anunciou que deve revisar para baixo a projeção de alta de 3,7% para o volume de vendas do comércio varejista restrito este ano. Está já será a sétima revisão do índice no ano.
Sabemos que 2014 tem sido muito desafiador para a indústria de grande consumo (FMCG), e por consequência para o varejo também, uma vez que ao início do ano havia uma grande projeção de resultados elevados, o que não se confirmou ao longo dos meses passados.
A instabilidade econômica vem gerando muita incerteza ao consumidor, que apresenta uma óbvia retração no consumo, pois tem receio de comprometer-se com endividamento em um cenário de risco inflacionário, aumento no crédito e consequente aumento da taxa de desemprego.
Não é objetivo aqui discutir qual o melhor postulante ao cargo de presidente da república, mas fica muito claro de quem quer que seja vencedor do pleito no domingo próximo, terá que sinalizar fortemente algumas medidas de recuperação da economia aos brasileiros, pois do contrário a perspectiva para 2015 será ainda mais nebulosa.
Após o dia 26 de outubro, o mercado varejista terá pouco tempo para buscar alguma recuperação de resultados em um ano que já se mostrou aquém das expectativas. E essa reversão depende muito do discurso e comportamento do vencedor das eleições presidenciais. O esforço deverá ser muito direcionado para transformar o final de ano na “tábua da salvação” de 2014.
Não acredito que seja possível reverter o impacto negativo de quase dez meses de resultados ruins. No entanto, em apenas 45 dias, será o momento de tirar a diferença e quem sair na frente terá maiores possibilidades de recuperação. O varejo deve preparar ações rápidas de alta atratividade aos consumidores, trazendo o shopper para dentro de suas lojas, certificando-se que o mesmo não saia de mãos vazias.
É a hora de minimizar as perdas, reduzir talvez sua rentabilidade, mas garantir giro em seus estoques bem como fluxo de caixa para pagar seus fornecedores e colaboradores no final do ano.
Por fim, acredito que o cenário político tem afetado muito a situação econômica, portanto fica claro que uma boa escolha dos eleitores fará toda a diferença para os próximos meses. Sendo assim, se o resultado do varejo afeta direta ou indiretamente sua vida, faça sua escolha de forma consciente no dia 26 de outubro. VOTE!