Os debates políticos dos últimos dias, os pronunciamentos e
entrevista dos candidatos à Presidente da República e governador do Estado,
além de contribuir para que o eleitor possa conhecer melhor o seu candidato,
põe em evidência a capacidade administrativa e a vivência social de cada um dos
postulantes ao cargo do executivo. Os debates, a maioria deles acalorados pela
competição democrática, por certo contribuíram, e muito, para que os eleitores
avaliem com mais conscientização os propósitos dos candidatos e suas aptidões
para gerir o bem público.
Infelizmente, o horário político eleitoral, no rádio e na
televisão, pouco contribui para a formação de opinião do eleitor. Tem muito do
“faz de conta”. Desde que os marqueteiros invadiram o horário eleitoral do
rádio e da televisão, substituindo, com os seus artifícios, o que os políticos
têm a dizer, ficou complicado separar a fantasia da realidade. Na mídia eletrônica,
segundo os entendidos, o processo funciona da seguinte maneira. Antes de algum
programa ir ao ar, o marqueteiro submete o seu conteúdo ao paladar de um grupo
reduzido de pessoas selecionadas, segundo critérios de idade, nível
socioeconômico, escolaridade e outros segmentos. São as chamadas pesquisas
qualitativas.Se o conteúdo do programa político passa no teste do grupo
pequeno, que teoricamente teria o mesmo gosto de milhões de pessoas na mesma
situação, o marqueteiro aprova e manda para o ar. Se houver rejeição, o caminho
é a lata de lixo. Trocando em miúdos: o candidato fala só o que o eleitor quer
ouvir. Daí porque só se vê, no rádio e na televisão, aquele monótono discurso na base do “vou lutar pela saúde, educação,
segurança e habitação”
Repetindo o velho chavão, os postulantes à Presidência da
República, Governadores de Estado, Senado, Câmara Federal e Assembléia
Legislativa, acabam descolando-se do mundo real e transformando-se em simples
pedidores de votos, não aos eleitores, mas, via de regra, em reuniões fechadas
com lideranças políticas e cabos eleitorais pagos, sem o calor do contato com o
povão, que verdadeiramente sua a camisa e paga impostos.
Talvez, por isso mesmo, grande parcela da população não se
compenetra na importância do voto nas eleições gerais. A maioria dos candidatos
a cargos Executivos ainda se revelam quando tem pela frente o debate programado
pelas emissoras de TV. Já os postulantes a cargos legislativo (deputados) são
votados pela força da corrente que montam em torno da sua candidatura, com
cabos eleitorais, igrejas e sindicatos. Neste sentido, recomenda-se as
candidaturas locais, onde o eleitorado conhece a conduta do seu candidato. E Votuporanga
apresenta-se com candidatos a gosto do eleitor, entre eles os mais cotados para
a eleição: o federal João Dado e os estaduais Carlão Pignatari e Osvaldo
Carvalho. Além de outros nomes conhecidos na região.
Engana-se quem ignora
o voto do deputado. Cabe a eles a elaboração das leis, que irão regular a vida
dos cidadãos, defendendo os seus interesses, cuidando do presente e projetando
o futuro, disciplinando a taxação e a criação de tributos. Cabe ainda ao
deputado a fiscalização dos atos do Poder Executivo, evitando os desmandos administrativos
e julgando, com a isenção de um magistrado, os seus impedimentos de ordem legal
que podem até culminar com a cassação e a perda de cargo. As funções do
legislador são sublimes, elevadas e carecem de cultura humanística, de ética,
responsabilidade e comportamento com os propósitos civis, democráticos,
coerentes com as suas manifestações propaladas na campanha eleitoral.
Para deputado não se vota de favor, por benefício recebido,
ou simplesmente pelo humor do candidato no programa eleitoral. Na escolha do
deputado que vai nos representar no processo político, estão em jogo o nosso patrimônio econômico,
cívico e moral, conquistado em nossa vida com tanto sacrifício, seja lá qual
for o setor de atividade humana.E da atuação dos nossos parlamentares dependem
as mudanças que se esperam neste país e com mais responsabilidade e seriedade
administrativa
Portanto vote, prezado leitor, com muita consciência.
Escolha com isenção de ânimo e espírito cívico os melhores candidatos. Não
permita, com o seu voto, que o Brasil nos envergonhe.