Prof. Manuel Ruiz Filho é colaborador deste jornal
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Não se faz necessário muitas palavras para se dizer a verdade. Raríssimas vezes não agimos da forma que nos convém. Parece-nos que agir dessa forma é extremamente correto. A maioria das pessoas tem a convicção de que sempre está certa e confirma isso quando, a qualquer custo, defende seu ponto de vista.
Ninguém sente prazer em aceitar que está errado. É preciso reconhecer nossas falhas e dar ao outro o mérito de estar certo. Ter razão ou estar certo não nos garante satisfação, nem alegria. Às vezes, dar a razão e permitir que o outro se sinta certo pode ser muito mais coerente. Avalie bem a situação de cada momento. É sensato também deixar que o silêncio fale por nós.
Grande parte das pessoas reluta por estar certa quando está do lado de fora de qualquer ambiente, e julga que aqueles que estão do lado de dentro parecem atrevidos. Quando estamos no meio da rua, pensamos estar mais seguros que aqueles que andam nas calçadas. Julgamentos precipitados sempre nos dá a certeza que estamos politicamente corretos. Isso não é verdade, está mais para uma ilusão de ótica. Percebemos que quando estamos no volante do veículo o pedestre parece desatencioso, atravessa a rua sem olhar para a corrente do tráfego. Entretanto, quando nós estamos no lugar dele atravessando a rua, o nosso ponto de vista é que os motoristas não respeitam os pedestres. Não se atentam aos sinais de seta e, portanto, são desrespeitosos conosco. Na maioria das situações o outro não é muito respeitado quando nós é que estamos julgando.
Temos observado que até mesmo a justiça tem sido complacente quando autoriza condenados de colarinho branco cumprir suas penas em casa. Estranho isso não? Eu nunca tive conhecimento, que uma pessoa da classe menos favorecida, tivesse o direito de cumprir pena em sua residência e muito menos ter tido o direito de trabalhar num escritório qualquer, enquanto cumpria seu período de reclusão em regime fechado. Até parece uma via de mão dupla essa atitude, dois pesos e duas medidas. Respeitar é ter bom senso e sabedoria, fazendo brotar jardins floridos na alma do outro e na sua também. Aquele que sabe respeitar vive cheio de méritos porque reinventou a educação que há tanto tempo se perdeu no convívio da maioria. Coloque-se no lugar do outro antes de julgá-lo, quem sabe você possa mudar de ideia e levar aprendizagem para casa.