Certa ocasião, dois amigos e compadres, sentados um frente ao outro, degustando guloseimas salgadas e bebericando vinho como sempre o faziam, conversavam indignados com as notícias diárias de corrupção.
O compadre mais velho pergunta ao compadre mais novo: Compadre, você tem visto o noticiário da semana? – Vi não compadre. Semana puxada de trabalho esta que passou, nem tive tempo de ver os absurdos informativos. Mas, vamos lá me diga que notícias eu perdi? - Compadre, você já viu falar nos petralhas? – Não. Quem são eles? – Olha, o que eu sei dizer é que esse termo é uma criação do jornalista Reinaldo Azevedo, pelo menos eu o ouvi dizendo em um de seus horários de programa de rádio. Ele disse que essa palavra até já havia sido incorporada aos dicionários, mas não com o conteúdo que ele definiu. Por curiosidade eu procurei em dois deles e não encontrei o termo em nenhum dos dois. Mas, o jornalista em uma de suas falas disse que era uma fusão de Quadrilha, PT e Petrobrás. Não sei se ele está certo, mas vamos lá às notícias da semana.
Compadre, você ouviu falar sobre o escândalo do governo petista? - Aquele do mensalão? Não compadre, aquele outro. Aquele do mensalinho? Não compadre, aquele outro. Aquele dos aloprados? Não compadre, aquele outro. Aquele do petrolão? Não, compadre, aquele outro. Aquele do apagão aéreo? Não, compadre, aquele outro. Aquele dos Correios? Não compadre, aquele outro. Aquele dos dólares na cueca? Não compadre, aquele outro. Aquele do caseiro Francenildo? Não compadre, aquele outro. Aquele da Erenice 6%? Não compadre, aquele outro. Aquele do Palocci virar milionário da noite para o dia? Não compadre, aquele outro. Aquele da Oi/Telemar virar sócia do filho do ex-presidente para o papai mudar a lei e eles comprarem a BrT? Não compadre, aquele outro. Aquele do BNDES financiar porto em Cuba? Não compadre, aquele outro. Aquele de renegociar o contrato de Itaipu com o Paraguai? Não compadre, aquele outro. Aquele de deixar a Bolívia do pilantra Evo expropriar a Petrobras? Não compadre, aquele outro. Aquele de transferir dinheiro da saúde para Cuba contratando curandeiros? Não compadre, aquele outro. Aquele de comprar caças superfaturados? Não compadre, aquele outro. Aquele de alterar perfis da Wikipédia de críticas ao governo? Não compadre, aquele outro. Aquele de impor sigilo aos gastos dos cartões corporativos? Não compadre, aquele outro. Aquele de fazer plano de previdência para os netos com cartão corporativo? Não compadre, aquele outro. Aquele do Ministério dos Transportes? Não compadre, aquele outro. Aquele do Ministério da Pesca? Não compadre, aquele outro. Aquele dos gastos da Rose, ‘amiga’ do ex-presidente? Não compadre, aquele outro. Aquele da refinaria de Pasadena? Não compadre, aquele outro. Aquele dos bilhões emprestados para o aquele empresário falido? Não compadre, aquele outro.
Desisto de perguntar compadre! Ah, já sei! Descobri! Aquele escândalo dos mais de cinquenta e quatro milhões de eleitores desinformados que recebem bolsas e benefícios governamentais financiados com nosso dinheiro e que nos prenderam de novo com a administração mais corrupta da história do Brasil? Sim, esse mesmo compadre! Ufa! Até que enfim você acerto acertou!