Ivan Jordão é psicólogo, ama animais e escreve neste jornal aos domingos. ihjordao@hotmail.com
Para tudo continuar como antes, por que festejar o término de um e o início de outro ano, na vida de todos nós?
É chover no molhado, argumentar que trata-se da entrada a nova fase da nossa existência, com a vantagem da experiência acumulada nas etapas anteriores.
É isso aí, vamos considerar como nova etapa.
Fosse uma receita para melhorar um prato, teríamos que pensar num novo ingrediente ou na supressão de algum costumeiro, para modificar o sabor.
Mas, apenas o sabor deveria ser diferenciado? Não teríamos que pensar também na qualidade desse prato?
Existem as pessoas que tendo sido diagnosticadas com a doença celíaca têm que evitar o glúten. No entanto, a supressão do glúten da mesa dos não portadores dessa doença, só iria contribuir para uma melhor qualidade de vida das famílias (favorecendo a tão debatida inclusão), para as que contassem com um ou mais membros, com essa restrição alimentar.
Está aí uma decisão que depende apenas de nós.
Vamos então separar o que depende e o que não depende, apenas da nossa boa vontade e/ou iniciativa, para ser melhorado.
Você tem um filho adolescente que “troca o dia pela noite”, passando a noite à frente da telinha, na tão propalada “comunicação virtual”, nas redes sociais? Que tal sugerir a ele que trabalhe, pelo menos parte do dia, para auxiliar na hora de pagar a conta da Elektro?
É complicado tirar o filho jovem da cama, para arrumar o quarto dele, juntar a roupa suja para lavar, por que não há como entrar no quarto enquanto ele dorme (reforçando), durante o dia? Por que não fazer com que ele próprio lave a roupa que acumula no quarto, inclusive tênis, roupa de academia e tudo o mais, quando se levantar?
Fica difícil estabelecer horário para almoço, porque o horário do café não combina em função dessa anomalia de trocar o dia pela noite? Que tal suprimir então o café da manhã para quem não se levanta até determinada hora, previamente determinada? É assim que funciona nos hotéis...
O ano só está começando. Ainda é tempo!
Mas, quando não depende apenas da gente; quando envolve terceiros!...
Comecei “bem” o ano, pisando na bosta.
É isso aí, pisei na bosta de cachorro, na calçada! Por sorte não caí. Aliás, gostaria de começar 2015, neste espaço, fazendo uma pesquisa. Auxilie-nos, entrando em contato conosco, você que pisou, escorregou na bosta do cachorro e se machucou.
Ninguém está pensando em punir cachorro algum, vira-lata ou pug, ou buldogue francês ou qualquer outro, com pedigree e tudo o mais.
Mas, que o dono merece, merece! Talvez não ser processado, mas passar pela vergonha que passou uma senhora, recentemente, ao levar o animalzinho para fazer a atividade ideal para ficar mais leve, com a satisfação da necessidade fisiológica em questão:
Essa me foi contada pelo próprio, só não vou concluir sugerindo o que ele sugeriu à dita cuja, ao final; além de “levar para casa”.
Estaria ele varrendo a calçada à frente de sua casa, como faz todas as manhãs; quando a senhora passou com aquele cão, enorme. A certa altura o cão se abaixa e se alivia. A proprietária se faz de cega e prossegue, coleira na mão; o cão, claro, atrás.
“Ei, minha senhora, faz favor, volte aqui”.
A senhora teria apenas parado e ameaçado prosseguir sua “caminhada”.
“Estou falando com a senhora, por favor”, insistiu ele.
Ela voltou e foi questionada sobre onde estaria a sacolinha para recolher a sujeira do cão.
“Eu me esqueci; não trouxe!”
“Isso não é problema, revelou ele. Eu vou buscar uma sacolinha e a senhora recolhe.”
Além da sacola ele ofereceu um pedaço de papel jornal. A “operação limpeza” foi realizada.
Tudo bem, se ele não tivesse sugerido a ela que levasse para casa e...
A nossa sugestão para 2015, nesse pormenor, é que semanalmente a vizinhança se reúna e combine de vigiar esse tipo de passeio, denunciando os que não praticam a posse responsável. Seja aplicada uma multa que seria destinada às entidades que cuidam de animais. Lei municipal: se não tem, seja criada.
E para facilitar, que de pontos em pontos, deixe-se sacola vazia com pedaço de jornal, para que não haja desculpa.
Estou pensando em fazer um cartaz com um gancho para pendurar uma sacola, diariamente, com os dizeres:
“ESQUECEU? USE A MINHA SACOLA. NINGUÉM GOSTA DE PISAR NA BOSTA. VOCÊ GOSTA?”
Bom domingo! Com Deus! Amém!