Ivan Herrera Jordão é psicólogo e colaborador deste jornal aos domingos. ihjordao@hotail.com
Recomeça a fase da quebradeira. Quebradeira que interessa a uns poucos. E com aprimoramento fácil de deduzir, pela escolha das datas, pela coincidência com demissões em empresas de grande porte, como montadoras do ABC paulista.
Os pensantes desses movimentos estão buscando tornar mais efetivas as manifestações, também pela representatividade em termos numéricos, além das estratégias da dispersão em uma área, para nova aglomeração em outra, ou seja, criando formas de mobilidade também diferenciadas, comparativamente a manifestações anteriores.
As novas formas de condução (movimentação), do grupo buscam a INVULNERABILIDADE À AÇÃO POLICIAL, exatamente EM RESPOSTA à ação depredativa (dos penetras). Estes últimos retiram a legitimidade dessas manifestações.
Movimentos que poderiam ser pacíficos, passaporte para facilitar a COMUNICAÇÃO com os órgãos que representam a possibilidade da negociação.
Negociações exequíveis, possíveis, nada do que pretendem aqueles que têm propósitos outros, e não os da grande maioria dos brasileiros (pensantes).
Esquecem-se, os bem intencionados, de alguns detalhes, ao conclamar para manifestações. Talvez o mais importante, seja o de que, quanto maior o grupo, mais difícil impedir a inserção nele, dos não pensantes - os que optam pela suposta vantagem do “quanto pior melhor”.
Para quê?
Pudéssemos descobrir quem, ou que grupo “pensa” por estes (os penetras), talvez fosse viável a resposta, exigindo apenas alguma reflexão, para encontrá-la.
Talvez tenhamos que concluir que pode não haver nenhum interesse escuso, de grupos se fazendo representar na clandestinidade, nos ensaios de bastidores.
Seja como for, TARIFA ZERO, ainda que para pequena parcela da população (estudantes das escolas públicas, por exemplo), tem um custo que irá se refletir na tarifa dos demais.
Pode-se tirar a verba para cobrir esta despesa de outro setor, que não o dos transportes? Em havendo mecanismos legais, sim.
Mas, de onde tirar verba, se falta verba em qualquer outra área?
Ninguém é burro o suficiente, para acreditar que existem recursos disponíveis, que não estão sendo aplicados.
Argumentar que as tarifas, após o reajuste, estão acima da qualidade do transporte oferecido, pode até ser aceitável. O que não se pode aceitar é que se quebre ou se queime, o que está disponível. Questão matemática, concluir que essa postura não conduz a melhorias, pelo contrário.
E nesse ponto somos obrigados a chegar a outra conclusão: investimentos na área da Educação, sim, porque é ela que capacita para o crescimento, de forma mais rápida que qualquer outro instrumento.
Tenhamos orgulho de pertencer à Pátria Educadora, como propõe nossa presidente Dilma Rousseff. Mas será preciso investir muito na área da SEGURANÇA.
Que vergonha, nas manifestações da última sexta-feira (16 de janeiro), cadeirante se ver envolvido INVOLUNTARIAMENTE, naquele grupo de manifestantes!
Cadeirante que poderia sim, ser vitimado pelo enfrentamento existente (fogos de artifício X bombas de efeito moral, no mínimo), não fosse a ação popular que o auxiliou, de pronto, a deixar aquela área.
Pequeno gesto que fez a diferença!
Façamos cada um de nós a nossa parte, de forma moderada, ordeira, civilizada. Recorra-se aos setores de comunicação da autarquia à qual queremos levar a nossa voz, as nossas reivindicações.
Reivindicações justas, passíveis de serem aceitas.
Não se pode exigir que o outro, cuja panela acabou de ser esvaziada, forneça alimentação pronta para colocar no prato vazio, ainda que esse prato seja o nosso. Será preciso dar tempo à preparação de outra comida. Desde que haja condições e disposição de servir de um lado e paciência e tolerância, para aguardar, do outro.
Não será assim, quando todos os que meteram a mão no dinheiro brasileiro, fizerem a devolução, além das outras punições cabíveis?
Em tempo: queremos parabenizar à funcionária da Klin Lotérica (rua Amazonas), por nos ter contatado para confirmar que, como ela supunha na ocasião, iria sobrar no seu caixa e faltar nas nossas reservas, determinada quantia em dinheiro. Foi dela, Denize Andrade, a iniciativa de anotar nosso telefone, porque ela “tinha quase que certeza” de que já havíamos passado à mesma, a cédula com valor superior ao da fatura que estava sendo quitada por nós.
Anotou e ligou. Quem disse que não se pode confiar nas pessoas?
Otimismo talvez seja a palavra-chave.
Ressalva: dissemos pessoas (não necessariamente, grupos).
Bom domingo! Com Deus! Amém!