Às vezes me pego perguntando a mim mesmo se existem vieses - involuntários - quando do orçamento desta ou daquela obra, de extensão ampla, como a construção do prédio que abrigará uma unidade de ensino, um estádio de futebol, ou reforma de um aeroporto, como aconteceu no Brasil, para recepcionar a Copa Mundial de Futebol.
Os questionamentos são frutos das pequenas experiências que temos, quando de qualquer reparo aqui ou acolá, no prédio que abriga nossa clínica ou no qual residimos: quando nos solicitam providenciar determinada quantidade de material básico, como cimento, areia grossa e pedra, sempre temos que adquirir de 50 a 100%, a mais.
Apanhamos nas primeiras vezes, mas aprendemos a fazer reserva para enfrentar essas variações, no custo final. O que planejávamos para um ano, acabava ficando para dois ou três, devido ao “rombo” no nosso bolso...
Meu pai já gostava de fazer, ele próprio, a manutenção da casa que abrigava nossa família, enquanto ele fazia parte da mesma. Ocasiões em que eu me esbaldava, mexendo nesses preciosos ingredientes. Como se pudesse auxiliá-lo em alguma coisa, com meus poucos seis, sete anos de idade!
Quando Deus o chamou para junto de si e veio o padrasto, “a coisa pegou”, porque o argumento era o de que já que eu sempre mostrara tanto gosto por esse tipo de trabalho, o hobby do meu pai, poderia sim (agora com mais idade), ser o “servente” dele, por que não, quando necessário algum reparo aqui ou acolá, em casa?
Mestre de obras, meu padrasto foi um ótimo profissional e acabou polindo o meu gosto por esse tipo de atividade.
O tempo fez com que eu optasse por “reformar” pensamentos, comportamentos, atitudes. Talvez porque tivesse descoberto, precocemente, que precisamos estar bem, para valorizar o que estamos desenvolvendo e o que possuímos, inclusive o que possa parecer insignificante.
O acidente automobilístico que marcou a vida da minha irmã mais velha, do meu cunhado, da minha sobrinha e a minha vida, no mesmo ano e muito próximo do local (na rodovia), onde a então nossa ex-parceira de trabalho Cláudia Camargo, perdeu a vida, contribuiu para a escolha da área onde atuamos há mais de 25 anos.
E nos motivou para colocar em prática o Projeto Vida no Trânsito, com destaque para o nosso personagem, Infracionildo. Atividade da qual nos orgulhamos. Resta-nos pouco tempo para auxiliar este ou aquele pedreiro, quando necessitamos de um.
Nestas últimas chuvas descobrimos o quanto “o olho do dono” presente em qualquer empreendimento, é importante: uma das nossas caixas de inspeção da rede de esgoto acabou danificada e o reparo teve que ser feito sem a presença do Sol. “Brinquei o Carnaval” carregando entulho, pedras, tijolos e massa.
Por que a chuva “fez o estrago”? Talvez porque eu não tivesse sido suficientemente rigoroso quando da construção original, impedindo a execução da obra, num período de risco. Também chovia, na ocasião.
Quanto estrago ocorre, nas grandes obras públicas?
Como estar “de olho”, sempre? É obrigatório ter formação em Administração ou Engenharia Civil, para estar à frente de cargos públicos importantes, no quesito construção? Ou para representar quem não pode estar de olho, porque o território é extenso?
Vamos sugerir, como já fizemos anteriormente, planilhas pré-elaboradas por pessoal técnico, antes do início de qualquer empreendimento, destacando inclusive a marca deste ou daquele produto, para facilitar as licitações.
Mas está “coçando” meus dedos, no teclado, a observação de que quanto maior a obra, maior deve ser a reserva e os critérios de execução. E não se deve investir, sem certeza de retorno.
Exceto quando a obra é necessária, básica; parte da infraestrutura. Como reservatórios de água e locais ecologicamente corretos, para recepcionar o esgoto. Além da construção de mais hospitais e escolas, até para fazer jus à expressão da Presidente Dilma Rousseff: “Brasil, Pátria Educadora”.
Que venha a Educação de qualidade!
Em Votuporanga, ela já chegou! Obras são interrompidas, sabiamente, no verão, sendo retomadas, depois, a todo vapor: creches para todas as crianças, cujos pais precisam cuidar do sustento da família. Sem desperdício de material ou comprometimento da qualidade final.
A reciclagem já faz parte da cultura da coletividade e não corremos risco de racionamento, imposto pela SAEV. Errado?
Bom domingo! Com Deus! Amém!