Dado o alcance dos meios de comunicação, supõe-se que o brasileiro seja um povo bem informado; capaz de tomar decisões acertadas entre duas ou mais opções que lhe sejam propostas. E essa capacidade valeria para quaisquer situações, inclusive as de risco.
Será?
Campanhas e mais campanhas são desenvolvidas, para impedir a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis ou transmissíveis através do uso coletivo de agulhas, no consumo de substâncias tóxicas injetáveis.
O cenário de acidentes de trânsito, in loco, via redes sociais ou mídia televisada, parece não ser capaz de ativar o censo crítico de uma boa parte dos nossos jovens. Melhor, a autocrítica. E não só de jovens.
As mortes resultantes das overdoses de ingestão de álcool?
O índice de acidentes de trânsito, com vítimas fatais, pela mistura “indigesta” de bebida alcoólica e direção?
Deveria ser obrigatória, pelo menos na primeira semana de aula, em todas as instituições de ensino, nas salas onde estejam presentes alunos com mais de oito anos, a introdução de conteúdo em formato que alcance a capacidade de assimilação desses mesmos alunos, matéria esclarecedora sobre todas as formas de violação do seu direito de ser feliz. E também algumas que acabam revelando algumas características pessoais que sugerem potenciais suicidas.
Exatamente aquela semana em que, dificilmente o professor consegue passar algum conteúdo, porque tudo parece ser razão para a condução dos holofotes, não sobre a situação ensino-aprendizagem, e sim, reforço de situações constrangedoras, como “festas universitárias”, nas quais os alunos sentem-se compelidos a comparecer (e agir como espera deles, o grupo), exatamente para se enturmar, ser um igual.
Mais que “ser igual ao grupo”, para ser aceito, parece acreditarem alguns, é preciso ser superior, inclusive quando se trata da ingestão de bebidas, com baixo ou altíssimo teor alcoólico. Jovens ingressando em curso superior e gente às portas da formatura, em curso que aparentemente exige elevada capacidade de raciocínio matemático.
E o raciocínio lógico, onde estava escondido?
Onde a formação de cidadão capaz de amar a si mesmo, inclusive, ainda que pretendida nas entrelinhas do conteúdo, na grade curricular?
As aulas constantes dessa primeira semana de aula teriam que ser com presença obrigatória e com avaliação da assimilação do conteúdo. Não? Exija-se redações a respeito, dos faltantes, na sala de aula, sem que tenham tempo de recorrer à internet.
Será que resolveria?
Talvez não. Mas, não custa tentar.
Omitir-se diante do cenário brasileiro que envolve nossos jovens, pode equivaler a empurrá-los para um destino cruel. A não omissão exigirá, por sua vez, uma maior atenção (proteção), aos professores e diretores. Ou não?
Os exemplos estão escancarados; vindos de longe.
O que dizer da personalidade de jovens, em outros países, destruindo a história de uma nação, escrita a sangue, não raro? Sangue derramado em nome de ideologias religiosas em nada baseadas no amor ao próximo. Ou estamos enganados?
Afirmar que falta religião aos nossos jovens, do lado de cá, pode parecer idiotice, para quem viu obras de arte sendo destruídas, com uma fúria, no mínimo animal, do lado de lá.
Perdoem-nos os de estimação, tão submissos. Que deveriam, aliás, servir de exemplo para os humanóides. Já dissemos aqui: os animais não praticam suicídio; os animais via-de-regra, praticam a política do respeito ao que pertence ao outro, inclusive o espaço. Exceto aqueles “fabricados” em laboratório e estimulados a desenvolverem o seu lado mais feroz. Lado feroz do dono, claro!
Mas, pensar sobre seu filho pertence, em primeira instância, a você, pai, a você, mãe, a você, responsável.
Cruzar os braços é covardia.
E se queremos um mundo (Brasil), melhor, temos que exigir também para os nossos jovens, nos estados menos privilegiados, o que pretendemos para o Estado de São Paulo.
Mais que matar a fome (políticas públicas) é preciso saciar a fome e sede de saber e de saber-se capaz do autosustento.
Políticas públicas planejadas (avaliadas a priori), de forma a garantir um mínimo de sucesso na sua consecução. Formando cidadãos e não feras que se autoatacam, se automutilam, ou simplesmente se autoanulam.
Não basta, acreditamos, a posse do diploma de curso superior ou de formação técnica. É preciso mais que isso, sugerem os fatos envolvendo nossos jovens. Especialmente os que destroem patrimônios particulares e públicos, quando se reúnem em manifestações de protesto ao status quo.
Salve a mulher brasileira, heroína, também nem sempre valorizada!