Nos meus tempos, apenas o corte de cabelo, impositivo de recorrer ao cabeleireiro mais próximo, finda a baderna em que se transformaria o primeiro “dia de aula”. E a roupa que teria que ir para o lixo, após o “tingimento”, não solicitado.
Esperto e não tendo como repor vestes de qualidade, porque os tempos eram difíceis: aluguel, alimentação e tudo o que viria compor minhas despesas mensais, com a faculdade, livros e xerox, escolhi roupas já em desuso.
O resultado? “Apenas” uma sinusite, que durou longo período, porque no trabalho, minha jornada era vespertina, avançando pela noite adentro e, especialmente no Verão, tinha que aguentar aquele ventilador de frente para meu rosto, deixando gelada, minha careca.
Mudar de lugar? Minha rapidez na digitação de textos e experiência na revisão dos mesmos, não permitiria: tinha que ficar bem próximo à mesa de distribuição de matérias, especialmente na hora do “fechamento” do jornal. À época não havia o socorro - revisão - via on-line, ou melhor, o que usávamos eram máquinas da marca IBM mesmo; o computador não era produto de fácil alcance, como hoje. Entraria nas redações, mais tarde.
Como psicólogo, fico estarrecido quando ouço a expressão “cultura”, como “cultura do trote”, “cultura da corrupção”, passiva ou ativa.
Soa como uma praga, uma epidemia. E as várias manifestações a respeito deixam uma perspectiva, no mínimo, agourenta. Na semana que passou, ouvi alguém defender o ponto de vista de que “não adianta tirar a presidente Dilma”, porque quem entrar não terá como agir de modo diferente dela, talvez apenas “mais dissimuladamente”. E concluiu o papo (que ouvi, sem querer, enquanto aguardava minha vez, no banco):
“Não é uma questão de partido. O que se tem que fazer é obrigar essa mulher a trabalhar, o melhor que ela puder. Saber, ela sabe; olha a experiência que ela adquiriu, junto ao governo Lula!...E é lógico que o Lula não pretende voltar ao governo. Vai que ele tem que desaposentar! Todo mundo sabe que as coisas pelos lados da Previdência Social, não andam muito bem! Somadas a quantia que ele recebe como aposentado e o salário milionário que teria como presidente ou em qualquer cargo bem remunerado, no governo, o Imposto de Renda seria altíssimo; talvez nem compensasse. Não é assim que acontece com o trabalhador comum?”.
Soou o sinal e minha senha apareceu na telinha. Minha vez. Comentei com a funcionária que me atendeu estar me sentindo com uma arma de fogo apontada para minha cabeça, tendo que recolher a cifra absurda, relativa ao Imposto de Renda, mordida mensal, do Leão, da leoa e de toda a família deles!
Aquela conversa - não a minha - ficou me martirizando o resto da semana.
Daí a associar essa corrupção às manifestações para sacramentar a iniciação dos que ingressam nas faculdades, foi questão rápida.
Temos que parar de nos referirmos a comportamentos ilícitos, que lesam a comunidade, na sua Segurança, Saúde, Transporte, uso da água, da energia elétrica (e em outros pontos não tão visíveis), como se fossem passadas naturalmente, de geração para geração.
Quais as consequências de um calouro ser obrigado a ingerir bebida alcoólica, enfiada goela adentro?
Alguém lhe perguntou se ele pode correr o risco de submeter-se a essa agressividade, ainda que passivamente?
E se esse calouro estiver fazendo uso de medicação, que não permitisse a ingestão de bebida com qualquer teor alcoólico? Quais as consequências dessa interação?
As consequências seriam imediatas ou poderiam aparecer, paulatinamente, ao longo do tempo?
Quem seria responsabilizado?
Acabar com essa “CULTURA”?
Projeto de Lei, em cima! Se o Governo Federal não fizer, que se faça a nível estadual. Se não estadual, que vereadores e prefeitos sejam sensibilizados! Ou não?
Outras iniciações podem ser questionadas, como o uso da cerveja, depois destilados, depois...
Cada pai e mãe sabe o que simbolizam as reticências da última frase. Façam alguma coisa. Deem oportunidade a seus filhos de se submeterem a uma avaliação, onde poderiam conhecer o seu perfil psicológico, para que descubram como lidar com suas dificuldades e como explorar melhor suas potencialidades, positivas. Ou seja: o que fazer para não cair na “bondade” do amigo que é “mais que um irmão”, não raro um traficante, nem sempre usuário; fazendo uso da falta de discernimento de quem usa...
Bom domingo! Com Deus! Amém!
Em tempo: por dedicarmos exclusividade (8 horas diárias) ao Detran, não estamos disponíveis, mas podemos indicar profissionais da nossa área, inclusive com especialização em dependência química, se algum pai manifestar o desejo.