*Ivan Herrera Jordão é psicólogo e colaborador deste jornal.
Estar no mundo, fosse-nos imposta uma única oportunidade, poderia ser, não necessariamente, uma ventura positiva.
Incontestável, quando avaliamos sob a mesma ótica, o SER e ESTAR de uns e de outros; considerando de um lado os que padecem, desde carência alimentar na sua acentuada vulnerabilidade social, até a escassez afetiva (sentimento cuja manifestação, não exclusiva dos humanos, nada custa a quem oferece ou a quem recebe), e os que estão na outra ponta.
Os últimos, nem sempre acumulando através de expedientes que impeçam a caminhada do outro.
Procurar conhecer a biografia de cada um, pode ser o instrumento para não incorrer no erro da generalização, tanto dos de lá, quantos dos de cá, em função dos tempos que a humanidade atravessa.
Quando generalizamos, colocamos na saca das batatas podres, as batatas saudáveis.
Saber fazer a distinção, utilizando a capacidade de discernir, não pela imposição ou autoritarismo que também proliferam por toda parte, inclusive entre os que comercializam a fé (não em Deus, mas neles, seus representantes), faz a diferença.
E numa única existência, por diferenças individuais que inclusive afetem a capacidade reflexiva, o discernimento pode não ser possível!
Que Deus seria esse?
Os que estão entre os que crêem numa existência outra, que não esta, familiares dos mortos - pelas mãos insanas do co-piloto nos Alpes franceses, e pelas mãos da fatalidade, os brasileiros do helicóptero sinistrado, aqui no Brasil, entre os quais Thomaz Alckmin, o filho caçula do governador do nosso Estado, Geraldo Alckmin - irão superar o aparentemente insuperável... a tragédia.
O nosso Deus, que habita entre nós e em nós, é assim. ELE FAZ, sem alardes, sem nada exigir em troca; apenas a fé e um viver cristão, onde o outro está em mim e eu estou no outro, porque somos filhos do mesmo Deus e acreditamos nisso.
Importa se o leitor acredita numa única ressurreição ou em muitas? Jesus, na sua passagem pela Terra foi o maior exemplo de inclusão...
Por falar em inclusão, a placa com o nome GENI HERRERA RODRIGUES GASQUEZ, no loteamento Cidade Jardim é a escrituração da promessa da eternização terrena, para mim, para minhas três irmãs e para as gerações da nossa família, que conviveram ou não conviveram, com ela, nossa mãe.
O que ela teria de diferente, para merecer tal homenagem? - poderão perguntar, no futuro, seus tataranetos.
E os que estiverem por aqui poderão responder que:
Também em função da sensibilidade de um cidadão de biografia exemplar, chamado OSMAIR FERRARI, que conhecendo a biografia dela e tendo, pelo cargo público que ocupa, esse direito, submeteu à apreciação dos colegas vereadores a indicação, obtendo plena aprovação, razão pela qual a todos eles será eterna a nossa gratidão.
E acrescentarão (se a humanidade resgatar o tempo necessário para conversar enquanto faz esta ou aquela refeição, coletivamente), que “a biografia dela também fez a diferença. Até porque ela acreditava no Deus maior e viveu demonstrando isso, até na enfermidade”.
Seu maior legado?
A oração fervorosa que auxiliou a muitos na solução de conflitos sociais, familiares e outros tantos.
Ela era assim; Deus a fez assim. E querendo que fôssemos mais que seus filhos biológicos, ensinou-nos a falar com Deus, da forma que ela falava (inclusive nos seus momentos de lucidez, do Alzheimer).
Para nós, particularmente, o início da sua última frase, em vida: “Você é muito bom; eu gosto de você...”, é a prova de que estávamos no caminho certo, caminhando com ela; fomos felizes juntos.
Terá valido a pena, ainda que sejamos adeptos da interpretação do versículo de Davi, num dos seus Salmos:
“O Senhor é meu pastor e não me faltará.”
Pode ter nos faltado ou nos faltar muita coisa, mas Deus esteve e estará presente!
Terei sempre ao Senhor. Essa é a promessa da Páscoa, cremos nós.
Bom domingo! Com Deus! Amém!