Alessio Canonice é de Ibirá-SP e colabora com este jornal
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Embora as manifestações de domingo último tenham ocorrido contra a corrupção, que assola todo o território nacional; toma conta do país e do governo Dilma Rousseff, não tiveram a mesma intensidade do mês passado, porém, mesmo assim, o Palácio do Planalto assimilou o recado, a exemplo da vez anterior.
O “fora Dilma” e os movimentos de rua não conseguiram reunir os milhões de brasileiros como na primeira oportunidade, mas o silêncio de Brasília confirma que o resultado foi desejado. Dilma, no caso, não realizou pronunciamento no domingo, nem mesmo deva ter autorizado qualquer ministro a falar pela presidente da República.
Ao contrário da vez passada, embora o governo e aliados tivessem ficado felizes pelo número menor de participantes, conforme previsão dos organizadores, a verdade é que ninguém quer comemorar o feito, mesmo que fosse de uma expressão mínima.
O assunto foi tratado com respeito e humildade por Dilma e equipe, sendo que, à vista desse movimento, pesquisa divulgada pelo Datafolha reforça a decisão do governo da forma com que deva ser trilhado, apesar de toda esta emaranhada situação.
É evidente que apenas 13% dos entrevistados aprovam a administração Dilma, enquanto a taxa de reprovação é de 60%, o que vem se consolidar com os movimentos até agora realizados.
Com esse número altamente negativo, seria ridículo o Palácio do Planalto comemorar qualquer resultado. Na verdade, não importa o número de participantes, mas o pensamento, que cada vez mais toma conta da sociedade.
Dilma, pelo que se observa, ganhou tempo para respirar e, neste caso, seria difícil negociar com o Congresso Nacional, com milhões de pessoas cobrando nas ruas o tão falado impeachment, embora seja um processo demorado, da forma com que ocorreu com Fernando Collor de Melo.
O governo sabe que precisa mudar e atuar com melhores resultados, pois a população está atenta e não abre mão deste objetivo, para que hajam medidas plausíveis e positivas, para recuperação do que está difícil de ser realizado.
Em assim sendo, novos manifestos poderão ocorrer, se nada for concretizado de forma convincente em Brasília contra a corrupção, e que hoje se tornou rotina, poderá se tornar em mais um pesadelo para Dilma, o PT e seus aliados.
Apesar dos pesares, sempre há uma chama de esperança por parte de uma parcela da população, com pensamento positivo de que a extinção dos demandos e da corrupção seja de uma forma a satisfazer a sociedade e toda a população de um modo geral.
Enfim, torna-se imprescindível a necessidade de se fazer justiça com o que vem ocorrendo no Brasil e que desde há alguns anos se instalou no país e toma proporção a cada dia que passa.
Em havendo mudanças em caráter de urgência absoluta, a nação passa a ter credibilidade e tudo poderá entrar nos eixos da moralidade e de uma forma sustentável, para dissipar dúvidas sobre as providências adotadas e clamadas por todos brasileiros.