Shirley Brandao | Pós-graduada em Gestão Integral em Liderança Coaching e Consultoria CB pelo IBPI (Instituto Brasileiro de Pós Graduações Integrais)
“Descubra algo que faria de graça o resto da vida e depois dê um jeito de ganhar dinheiro com isso”. Quando li a frase de Deepak Chopra há uns 3 anos, pensei: já faço algo que faria de graça! Escolhi minha profissão, embora para chegar onde cheguei tenha sido muito mais resultado de uma forte determinação e vontade de vencer do que propriamente de uma escolha, o que faltava mesmo era só ganhar dinheiro e ter maior autonomia de tempo para aproveitar melhor a vida com a família, os amigos, para o lazer, a saúde e os estudos.
Como gerente comercial no segmento em que atuei por 24 anos, depois de analisar o salário versus o tempo empreendido dos profissionais que mais se destacavam no mercado nacional, concluí que seguir “carreira solo”.
Essa mudança deveria acontecer a longo prazo, dentro de uns 5 anos. Ou, então, eu poderia conciliar os 2 trabalhos, quem sabe até eu nem precisasse abrir mão de onde eu estava.
Se eu já fazia o que amava, trabalhava em uma organização que admirava, onde o respeito era mútuo e eu era reconhecida por minha equipe como uma líder inspiradora e que fazia diferença... Pra quê mudar? Conciliar duas profissões seria o ideal e isso eu sei que conseguiria fazer muito bem.
A questão foi que eu entendi que, naquele cargo, não poderia usar todos os meus talentos e, como não tinha mais para onde crescer na empresa, mudar de profissão parecia ser a única maneira de dissipar aquela sensação de vazio que, vez ou outra, me incomodava.
É claro que, por mais que uma pessoa seja apaixonada por seu trabalho, sempre haverá algo que ela vai gostar menos de fazer. Portanto, eu não esperava fazer 100% do meu tempo só aquilo que eu gostava. A questão estava mais relacionada em não fazer o que eu sabia que daria resultado.
Antes mesmo de me tornar coach, fiz a mim mesma uma das mais impactantes perguntas da minha vida: o que me impede de mudar de profissão depois dos 40 anos de idade? Porque não colocar em prática o que Chopra disse e encontrar um jeito de ganhar dinheiro fazendo o que mais amo? Foi aí que tracei meu plano de ação e, em menos de 3 anos, troquei uma profissão por 4 novas profissões e uma fonte de renda por 4 (meu objetivo é chegar em 8 até o final de 2016) e 50 horas semanais, no mínimo, por 20 horas de trabalho. Aquilo que parecia um sonho - como buscar filho na escolha, malhar depois das 8 da manhã, dar uma faxina em casa em plena segunda-feira, tornou-se realidade!
Uma das melhores coisas que aprendi foi que nunca é tarde para aprender. Durante esses 3 anos, mudei radicalmente os meus hábitos. Ao invés de ver TV, optei pelo hábito de ler, passei a acompanhar as notícias mundiais em pesquisas rápidas de 10 minutos diários, aprendi a gerir melhor o meu tempo, fracionei meus objetivos em metas mensais, semanais e diárias. Fiz vários amigos, preservei os antigos. Troquei as sonecas das tardes dos finais de semana por salas de aula em seminários, pós-graduação, MBAs, cursos e tudo o que pudesse agregar valor à minha vida. Meu tempo para a família passou a ter mais qualidade e isso aumentou o meu nível de motivação.
Estabeleci como regra estar sempre me atualizando, pois o trabalho que realizaria de graça está relacionado diretamente a ajudar pessoas a se realizarem e ninguém compartilha o que não sabe. Estabeleci como foco principal ajudar o maior número de pessoas. Por isso, ao acordar, a primeira pergunta que me faço é: para quantas pessoas eu posso fazer diferença hoje? E, antes de dormir, me pergunto: quantos passos avancei em direção ao meu objetivo? Esse balanço diário é muito positivo.
Ah, faltou dizer que iniciei minha carreira solo neste ano. O objetivo era dobrar a renda em 6 meses e até o final do ano, quadruplicar. O volume de negócios fechados até o momento me fez alcançar as duas metas. Sucesso da noite para o dia? Longe disso. San Walton, fundador do Walmart, certa vez disse: “como toda história de sucesso, da noite para o dia, a minha levou 30 anos”. Foi exatamente o tempo que levou a minha até aqui.
Quando você encontrar algo que faria de graça, “o resto da vida”, na citação de Chopra, passará a ser percebido não mais como o resto, mas sim como “a melhor parte” da vida, porque a melhor parte é justamente quando você se dá conta do seu potencial e decide mudar sua história e, para isso, não há idade.
Tire o máximo do mínimo!