Alessio Canonice é de Ibirá-SP e colabora com este jornal
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Alessio Canonice
Não se constitui em novidade para os leitores o fato de que o voto obrigatório continua a fazer parte do desejo da maioria dos deputados, que atua na Câmara Federal.
Em uma das sessões mais recentes naquela Casa de Leis, houve a rejeição da proposta, que retirava o voto obrigatório das eleições do país e que não apresentou surpresa para a maioria dos eleitores de toda a nação.
Foram 311 votos contrários ao fim de obrigatoriedade contra 134, que se posicionaram a favor do voto facultativo, consolidando-se dessa forma o desejo irrevogável dos parlamentares vencedores da questão em foco.
À vista deste resultado, a participação no processo eleitoral segue como obrigação para todos brasileiros, exceção aos eleitores entre 16 e 18 anos, os analfabetos e aquele que tem mais de 70 anos.
O principal argumento dos parlamentares pela manutenção do processo eleitoral ficou por conta da definição de que o eleitor brasileiro ainda não possui maturidade para o voto facultativo, entretanto, se uma parte dos políticos é alvo de acusações de corrupção, o eleitor seria imaturo? Tem-se a impressão de que esses parlamentares se equivocaram com esta afirmação.
Ainda existem tendências que apontam o fim do voto obrigatório como uma forma de se beneficiar o voto negociado, aquele que compra e vende, porém, há necessidade de vigilância permanente por parte daqueles que têm a consciência formada e que não irão permitir a prática deste expediente.
Sem a obrigação de votar, muitos perderiam o interesse de comparecer às urnas, um fato que viria ao desencontro de políticos ansiosos a continuar exercendo as funções de representantes do povo e muitos deles atendendo às inspirações, que se impregnam dentro deles como hábito de conduzir os destinos da classe política.
Para os defensores do fim do voto obrigatório, mais importante é o eleitor consciente nas urnas, do que aquele movido pelo movimento de massa, que comparece de forma obrigatória determinada pela legislação eleitoral.
Qual seria, então, o desejo do eleitor? O tema poderá ser retomado em nova oportunidade, até mesmo dentro da reforma política em pauta, porém, entende-se que está mais que sacramentada pela maioria dos parlamentares, que compõe a Câmara Federal a permanência do processo eleitoral em vigência em todo o país.