Alessio Canonice - Ibirá-SP. alessio.canonice@bol.com.br
A Revolução Constitucionalista de 1.932 foi a grande guerra civil do século XX no Brasil, uma luta que somente interessou aos paulistas na defesa intransigente de um direito que julgavam pertencê-los por uma questão de justiça.
A classe média paulista foi aos campos de batalha insuflada pelos senhores das riquezas locais e, assim sendo, sonhou com o apoio de outros estados, mas combateu sozinha num gesto de bravura e de honra na defesa de seus ideais.
Não tinha, sequer, armas para suprir aproximadamente 200 mil voluntários, homens, jovens, estudantes, intelectuais, desportistas, profissionais liberais e comerciários, que se apresentaram dispostos para a luta, ainda que, em sua grande maioria, completamente despreparados para esta missão, que a história registra em suas páginas.
Num confronto desigual, foram 35 mil paulistas contra 100 mil soldados do Governo Federal, estes com 250 canhões mais a marinha e 24 aeronaves enfrentaram os 44 canhões e seus aviões de São Paulo como força máxima de que disponham para resgatarem seus desejos.
Os combates duraram quase três meses, com muitas cidades bombardeadas e um saldo de aproximadamente 1.017 feridos e, quanto ao número de mortes, cerca de 800, foi quase a totalidade dos pracinhas, que perderam a vida nos campos de batalha contra o nazifascismo durante a Segunda Guerra Mundial e que o mundo não esquece, por mais que o tempo procure apagar a catástrofe de 1.942.
Embora os comandados militares soubessem desde as primeiras horas que São Paulo seria derrotado, a luta prosseguia até a rendição incondicional dos chefes políticos da época, esgotadas todas as forças de que dispunham.
Afinal, como entender tantas controvérsias? Quais as causas e consequências dessa guerra civil na história e no cotidiano de nossa sociedade?
Forças paulistas se reuniram no dia 23 de maio e se defrontaram nas ruas de São Paulo contra os soldados do Governo Federal, que resultou na morte de alguns estudantes em praça pública, que ficaram famosos com a sigla MMDC, Martins, Miragáia, Dráusio e Camargo.
Esses mortos foram o estopim, que deu início no dia 9 de julho de 1.932 à Revolução Constitucionalista com a ajuda dos meios de comunicação em massa o movimento ganhou apoio popular e mobilizou 35 mil homens de que dispunha São Paulo contra 100 mil soldados do governo Vargas.
Outro estopim, que acendeu as chamas da fogueira foi a nomeação de um interventor para São Paulo pelo governo Vargas, cujo feito recaiu sobre a pessoa do Cel. João Alberto Lins de Barros, um dos principais motivos, para que se desencadeasse a revolução, chegando a ser apelidado de “forasteiro” ou “pernambucano”, já que provocou total descontentamento por parte da classe política e dos paulistas de um modo geral.
Moralmente, os paulistas foram vencedores, porque não tardou para o governo convocar eleições para uma Assembleia Constituinte, que promulgou a Constituição do Brasil de 1.934, permitindo às mulheres pela primeira vez participarem da vida Pública.