Era julho de 1975 quando cheguei a Votuporanga procedente da capital São Paulo, como funcionário do Banco do Estado, o Banespa. Esta região, talvez a última faixa paulista desbravada no Estado, chamava a minha atenção, pelas oportunidades e pela perspectiva de desenvolvimento.
Tive uma ótima impressão da jovem cidade e, no Correio, onde parei para comunicar à família da chegada, indicaram-me a pensão da dona Maria Craveiro, que lá está até hoje, onde morei por quatro meses.
Fiz meus primeiros amigos, e na praça da Matriz, ponto obrigatório, ficávamos contando causos, ouvindo histórias e dando risadas, acabando a noite sempre na lanchonete do Salício.
Fui muito bem recebido, assim como acontece com todos que por aqui aportam. Casei-me com a Célia em novembro do mesmo ano, fixando residência na rua Paraná e logo depois na rua Fernando Reis Blundy, e, há trinta e quatro anos, na rua Tietê. Entre os presentes no casório em Barretos, uma comitiva de votuporanguenses.
Logo a seguir para cá vieram minha sogra Dagmar, as filhas Rê, Aninha, Cris e Lú, e a sobrinha Lígia, depois, minha mãe Lourdes e minha irmã Jordana com o filho Thiago. Aqui nasceram meus filhos Lígia e Henrique e os netos Eduardo e Augusto.
Foi me dada a oportunidade de ocupar cargos na comissão de Expô por diversas vezes, ser diretor da APAE, fundar com outros companheiros o Sindicato dos Bancários, ser diretor do Sindicato Rural, presidente do Banespinha, diretor e presidente da Fundação Educacional de Votuporanga, da Fundação Rádio Educacional, diretor e presidente da Fundação Votuporanguense de Educação e Cultura, presidente dos Conselhos Municipal e Regional de Agricultura, membro dos conselhos do Assary e do Votuporanga Clube, da Irmandade e do Conselho da Santa Casa, presidente da Comunidade São Francisco de Assis, ocasião em que lancei o SOS AIDS e iniciei a construção do ambulatório, inaugurar a Casa dos Parafusos, a primeira loja especializada de Votuporanga em sociedade com o amigo e compadre João Herrera e ainda a ocupar a presidência da Loja Universal 50, ocasiões nestes 40 anos, em que tentei retribuir em parte, a forma como fui recebido pelo povo desta terra.
Integrei ainda o movimento Centro Democrático, fórum que reuniu partidos e que tinha como foco a busca de um apaziguamento político e o desenvolvimento de Votuporanga. Olhado como utopia, sonho impossível, etc. etc., tornou-se realidade, proporcionando à cidade um tempo de progresso em todas as áreas, tornando-a referência, na verdade uma ilha onde se processa a boa política, deixando de lado as oposições sistemáticas e divorciadas da vontade da maioria.
A participação de partidos das mais diversas ideologias, da sociedade civil organizada e principalmente do povo votuporanguense, possibilitou ainda a eleição de deputado federal e deputado estadual e consequentemente, de importantes conquistas.
Está me sendo dada a oportunidade de participar da administração pública, onde com liberdade tenho podido exercer a ética e os bons princípios e ainda desenvolver uma política saudável, procurando sempre trabalhar, como não pode ser diferente, em busca de uma qualidade de vida melhor para todos.
Quero, no entanto, reconhecer que o caminhar, e por onde caminhar, depende muito da ajuda de todos, principalmente da família, dos amigos e dos companheiros de lutas.
Nasci em Barretos, onde morei por 22 anos, de onde trago importantes lembranças da família, da juventude e dos sonhos. Trabalhei em São Paulo de 1969 a 1975.
Estou em Votuporanga há 40 anos e a adotei como minha cidade, tendo orgulho de estar vivendo parte da sua história e poder alardear aos quatro cantos o seu desenvolvimento, fruto do trabalho, da seriedade e do empreendedorismo de sua gente.
Obrigado Votuporanga.