Por Leonardo Azambuja: médico especialista em nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável
Leonardo Azambuja é colunista do A Cidade e escreve todas as quartas-feiras (Foto: Gabriele Reginaldo/ A Cidade)
A ciência moderna redescobriu esta prática humana milenar e
vem desmistificando as crenças em torno do jejum. A história humana é pautada
na fome e sobrevivência. O organismo parece ter sido programado para lidar com
a fome, mas não com o excesso de alimentação. Baseado nesta inteligência
biológica, desde tempos remotos, o jejum é recomendado como uma maneira de cura
e transformação, quer seja através da promoção da saúde, do desenvolvimento
espiritual, ou como ferramenta para se tentar mudar uma situação política ou
social.
Há anos o jejum tem sido usado na Europa como tratamento
médico. Muitos spas e centros de tratamento, especialmente na Alemanha, Suécia
e Rússia, usam o jejum com supervisão médica. Nas últimas décadas, a prática
ganhou popularidade através da medicina alternativa americana, que foca no
benefício da desintoxicação, seguindo o princípio de que o acúmulo de
substâncias tóxicas no organismo é responsável por muitas doenças e condições.
O jejum é a
abstinência total da ingestão de alimentos, por vontade própria, durante um
período. Porém, alguns autores utilizam o termo jejum em dietas de
macronutrientes específicos com ingestão de 25% das necessidades energéticas. O
tipo de jejum praticado pode conter variações, dependendo dos objetivos e
especificidades de cada pessoa que o realiza. E desde que somos tão distintos
uns dos outros, é muito positiva a existência de vários tipos de protocolos de
jejum já estudados pela ciência, comprovando seu alcance preventivo e seu potencial
para tratamento de doenças ou desequilíbrios. De maneira bem simplificada, a
abstinência da ingestão de alimentos por períodos determinados permite que o
seu organismo possa focar em suas funções de reparo celular e rejuvenescimento
dos tecidos, entre outras, ao invés de precisar continuamente despender energia
com o processo de digestão. Os potenciais benefícios do jejum intermitente são
muitos e podem ser aproveitados de maneira preventiva ou curativa, associando-o
a outras terapias.
Benefícios
do Jejum
PERDA E
MANUTENÇÃO DO PESO
LONGEVIDADE
REDUÇÃO DOS
NÍVEIS DE INSULINA
REDUZ
MARCADORES DE INFLAMAÇÃO E DOENÇAS CRÔNICAS
SAÚDE
CARDIOVASCULAR
AUMENTO DOS
NÍVEIS DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH)
REDUZ
EFEITOS COLATERAIS DE QUIMIOTERAPIA
REDUZ SURGIMENTO
DE CÉLULAS CANCERÍGENAS
QUEIMA DE
GORDURA CORPORAL
MELHORA DE
PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA CARDÍACA E RITMO DO INTESTINO
Consulte seu médico ou nutricionista antes de realizar um
jejum. É importante começar a prática gradualmente, iniciando em horário que
lhe seja confortável para que o seu corpo possa ir se adaptando às mudanças e
que você possa desfrutar do processo. Pacientes com diagnóstico de gota,
pessoas sob medicação, diabetes e refluxo gastroesofágico precisam ter cautela
ao realizar o jejum.
Algumas
contraindicações absolutas para o jejum são:
1. Pessoas
severamente mal nutridas ou abaixo do peso
2. Menores
de 18 anos
3. Gestantes
e lactantes