Diz o Jocafe (Diretor do Jornal) que quem está acostumado escrever encontra dificuldades para deixar de fazê-lo. De fato, com muito do que vem acontecendo dia após dia, a vontade de ficar palpitando vai acabando, porém, os dedinhos coçam e a gente começa a teclar.
Um amigo me disse ainda hoje (quarta) que é bom não ser pessimista, acontece que o negócio não é pessimismo, é um pouco diferente, é realismo, a realidade está desconcertando as pessoas. Aqui no nosso Brasil, cheio de diferenças regionais e aproveitadores também, alguns chegam a algumas conclusões. Sociólogos, cientistas políticos e mesmo políticos “macacos velhos” até entendem o que fazer, porém, sem dúvida, fica a pergunta: -como fazer alguma coisa diferente com o Congresso que nós temos? Tem parlamentar bem-intencionado por lá, infelizmente não são ouvidos.
A tal de Reforma Política, a de verdade, acabou não acontecendo, alguns remendos foram ou serão feitos para privilegiar alguns “caciques. Na minha humilde opinião, penso que sem uma reforma política séria nada será feito para modificar defeitos de nosso sistema. O sistema do país tem muitos erros e exageros, tudo construído nas últimas décadas e não pense o leitor que a culpa é exclusiva dos parlamentares atuais, ela vem de muito tempo, difícil agora é consertar. Os parlamentares atuais estão se maculando por não terem coragem de enfrentar modificações necessárias, mas desde que na próxima legislatura muitos deles não estejam por lá é bem possível que dentre alguns novos surja alguém que desperte a mente dos colegas para a construção de legislações mais adequadas às realidades.
Já não temos mais o país de décadas anteriores, que precisava ser desbravado, onde as oportunidades surgiam, principalmente, através do suor e do trabalho das famílias. Hoje, mesmo com muitas deficiências, o Brasil está cortado de estradas e os aviões transportam pessoas para lugares distantes em pouco tempo.
Até, sem ser do ramo, acredito que nosso sistema tributário precisa se adequar para evitar enormes concentrações de renda e riqueza, porém, sem uma reforma política isso dificilmente ocorrerá. Os mais jovens precisam vislumbrar oportunidades para que possam empreender e obter resultados sem serem sufocados por mega empresas.
Nos municípios, as pequenas empresas, aquelas onde trabalham marido, mulher, filhos e alguns funcionários, precisam ser protegidas ou terem suas vidas facilitadas pelo poder público local, pois, afinal, tudo que fazem fica no município. As grandes empresas, dessas que se instalam em dezenas ou centenas de comunidades, levam o resultado diário embora da cidade e deixam apenas os salários importantes, porém, essas empresas não fazem parte do esforço da comunidade. Nada contra esse tipo de empresa, apenas penso que após estudos inteligentes devam ser taxadas diferentemente de quem é fixado na cidade. Um assunto complicado que precisa ser pensado para enfrentar a realidade do futuro.
Também, precisamos lembrar que nas últimas eleições tivemos dois candidatos no segundo turno, hoje um desses, a que ganhou, já está fora do governo, o outro se nada for modificado por esses dias já está fora do Senado e obrigado a permanecer em casa no período noturno, é assim que entendi. Mais uma vez reforça-se aí a necessidade de uma reforma política que acabe com a Ditadura Partidária, democratizando as escolhas a partir de todos os municípios e permitindo que o horário eleitoral seja mais igualitário, abrindo oportunidade para novos valores.
No final do século 19 e início do 20, muitas das pessoas que quebravam, ou eram mal faladas por uma série de razões, mudavam de nome e de cidade para reiniciar nova vida. Hoje, quem tenta mudar de nome são os partidos, para fugirem das burradas cometidas pelos caciques, porém existe uma diferença em relação ao passado: está tudo registrado na tal da nuvem e não dá para fugir, em algum momento alguém descobre e bota a boca no trombone, provocando a derrocada dos malandros. Que aconteça rápido, pelo bem dos mais jovens.