E tem os que defendem a laia corrupta notória, flagranteada em plena luz do dia.
Com unhas, dentes, editoriais e tudo.
Distorcendo o indistorcível.
Crentes, talvez, de que estão formando opinião, travestem bandidos em vítimas e saem atacando a polícia.
Tá certo que o dinheiro faz coisas espantosas - o dinheiro público, então, nem se fala! -, mas, sério? : alguém ainda acredita que pode editar a história e convencer de que o que foi dito e visto (e gravado), não foi dito nem visto?
De que os bilhões roubados do erário pelas múltiplas quadrilhas que se apossaram da República - à esquerda, à direita e ao centro -, são pura ficção, invencionices de delatores malvados?
O senso de ridículo parece ter abandonado de vez certa parcela da mídia.
Parcela já hoje irrisória, é bem verdade - mas viva.
É deveras espantoso.
É de dar náusea editorialistas batendo-se pela defesa do crime organizado na Banânia. Como se se dirigem a um bando de idiotas amestrados, prontos a acreditar no inacreditável.
Felizmente, trata-se de alucinados num deserto sem saída.
O que esta República tem visto e vivido até aqui está marcado na alma de cada um.
Indelével.
A República da memória fraca, mudou, meus caros - está em outra.
Esse tempo do engole qualquer bobagem e sai reproduzindo, já era.
Hoje, com todas as numerosas dificuldades - e haja dificuldades! -, a República começa a levantar a cabeça e a respirar - por sua própria conta: não é por mérito deste ou daquele, ou desta ou daquela política, não, é mérito próprio.
É mérito de quem levanta todo dia cedo e segue trabalhando.
A sociedade está se reenguendo e vai se reerguer por si mesma.
Não precisa mais de adestradores, não.
Não tem mais cabresto, não - nem à esquerda, nem à direita, nem ao centro.
Não há freio, ideológico, nem financeiro, que segure a ânsia por mudanças de um povo. Espoliado, enganado, humilhado.
Traído.
E no entanto, é verdade, há ainda aqueles que denunciam a inquisição estabelecida que estaria contra os seus bandidos favoritos.
Pobres coitados corruptos milionários (e bilionários, também, é ...) à custa da miséria do povo, expostos à sanha da justiça.
Firmes e fortes, embalados pela ideia de um grande acordão pela estabilidade.
A estabilidade que se anuncia, é a que a sociedade entende, por ora, necessária - a que decidiu ter - e não a que resulta de acordo entre fascínoras. Não se enganem.
Não se iludam, meus caros: silêncio nas ruas não é pasmaceira.
E, no entanto, é verdade, talvez devêssemos começar a desenhar, porque parece que certa parcela da mídia recusa-se a entender: a vida virou; o mundo virou; começou de novo.
Evidentemente, que um bando de velhacos salafrários que construiram fortunas por décadas, baseadas no puro, simples e fácil roubo do dinheiro público, têm dificuldades extremas de compreender um mundo sem idiotas de plantão, prontos a os eleger.
Mas é a vida. O novo sempre vem.
Adeus, múmias sorumbáticas do passado. Embalsamados em geral, adeus.
Adeus passado.
E, caríssimos, enfiem a viola no saco e vão ...
Bem, vão.