Há uns vinte anos atrás participei de vários grupos de debates dentro da APEOESP sobre a questão da inclusão social relacionados aos Quilombolas, negros e Índios, dentro da Lei de Diretrizes Bases da Educação cuja autoria e direcionamento são do professor Darcy Ribeiro contempla a educação pela diversidade cultural, nossa Constituição Federal nos artigos 206 e 208 que fala da liberdade de Cátedra e liberdade de pensamento e num outro artigo dizendo que Educação deve ser laica e assim entendo que a educação deve se portar e ser entendida.
Tenho 160 horas da Universidade Federal de São Carlos que trata da questão Educando pela Diferença e todo professor quando passa por uma Faculdade tem aulas de Psicologia, sociologia, etc. Quando ouço alguns políticos embasados num discurso de um político imitador de Adolf Hitler afogado no fanatismo religioso, vem-nos à mente a Idade Média onde a Igreja dominava os pensamentos e os direcionamentos políticos, lamentavelmente muitos se esqueceram do pensamento Martin Lutero e estão partindo para um caminho escuso que nos arremete aos mesmos erros da Idade Média, vivemos e convivemos com a intolerância em todos os sentidos seja na política, na convivência do dia a dia, enfim em todos os setores existem os predestinados, os profetas da humanidade, os donos das ideologias embasados na verdade absoluta.
Respeito às pessoas que foram devidamente eleitas para representarem um grupo da sociedade e como vivemos num país democrático, temos que respeitar as liberdades de pensamentos, mas quando vamos levar a discussão de um assunto dentro de uma casa parlamentar temos que ter embasamentos teóricos e científicos para não pregarmos no vazio e na insensatez, acho louvável a atitude de um parlamentar votuporanguense querer discutir a questão de gênero dentro deste estimado Egrégio, mas percebo muitos equívocos porque a questão de gênero foi distorcida e levada de outra forma, para começo de assunto não existe Kit gay dentro das escolas, o que existe é um parâmetro direcionado pelos antigos PCNs e atuais BCNs que trata da questão de temas transversais e esses temas são discutidos e trabalhados sempre que há dúvida dos alunos, não é imposto goela abaixo e precisamos saber que já não existe mais o estilo da família fordista que era Papai, mamãe, filhinho, carro na garagem e um cachorro para os ricos e para os pobres retira-se o carro aumenta o número de filhos e cachorros, hoje temos uma diversidade social e muitas crianças em situação de risco, convivendo com mais diferentes tipos de problemas e compete a quem fazer e direcionar este trabalho, aos educadores em geral e escola que possui um estatuto, que é regida por leis e os professores são profissionais gabaritados e formados para exercer tal função.
Quando ouvi os discursos da última sessão da Câmara fiquei abismado e preocupado, parece que os profissionais da educação apenas discutem questões sexuais na escola, a nossa tarefa é árdua e difícil de administrar porque todos os conflitos sociais eclodem dentro do ambiente escolar e parece que muita gente tem esta dificuldade de compreender, não porque somos mal remunerados que não somos responsáveis, muito pelo contrário fazemos até que acima de nossas forças. Muito ainda tem para ser discutida, a violência, as drogas, a insubordinação social a que estamos submetidos, a crise hierárquica e tantas outras questões que precisam ser debatidas pela sociedade. Vamos aprofundar esta questão de gênero que não nasceu do acaso, veio por meio de muitos debates com os mais diferentes grupos educacionais ou não, seja na área da psicologia, da sociologia, da filosofia e tantos outros aparatos, antes de discutir dentro da Câmara vamos fazer um debate com os vários setores, muitos setores religiosos têm feito este debates, a própria igreja católica nas suas pastorais tem discutido a questão da exclusão social, estamos abertos para o debate. Educação faz a diferença e certos temas tem que ser esclarecidos por quem entende e está dentro da educação.