Quando a sociedade apodrece, quando seus valores se invertem, quando as hierarquias são subvertidas e quando há uma crescente desmoralização e descaracterização da verdadeira função da escola, podemos decretar a falência da sociedade e das organizações sociais. As informações são muitas e as velocidades da internet e mídias de comunicação que estão a serviço “sabem lá de quem?” causa-nos preocupação e uma constante busca por solução. A grande verdade é que os meios utilizados são escusos e maldosos.
Os celulares, os notebooks, os iphones e tantos outros instrumentos que teoricamente deveriam estar a serviço dos seres humanos para facilitar e melhorar a educação, estão no oposto e contrariando a sua verdadeira função, tornamo-nos escravos destes instrumentos e ao invés deles nos ajudarem acaba nos prejudicando. As famílias e a sociedade encontram-se esgarçadas, buscam a sustentabilidade material e se esqueceram do fator mais importante que é a formação do caráter e a afetividade que deveria permear os seres humanos. A famosa frase da Revolução Francesa Igualdade e Fraternidade estão desaparecendo do mapa, os ecos de liberdade com responsabilidade não existem mais, os ideais da sociedade hippie contém várias faces da moeda e muitos nos ajudaram profundamente e em outras partes foram distorcidas, somos frutos desta sociedade de um passado não muito distante que direcionam a sociedade atual, basta analisar as músicas da época como, por exemplo, a de John Lennon “Imagine” que conclama a fraternidade e a união dos povos, Louis Armstrong” What a wondeful world” músicas que nos levavam a uma reflexão e outras que conclamavam a liberdade e a rebeldia no sentido mais abstrato do substrato social a que estávamos submetidas naquela época.
O professor era propedêutico, dominava o saber e tinha pleno controle da sala de aula, hoje o pobre professor não pode fazer mais nada e até o seu papel de orientador e mediador do conhecimento está sendo retirado, através do não reconhecimento da sociedade, pelos salários aviltantes , pela falta de condição de exercer as suas funções, pela falta de regra na sociedade, pela deterioração da sociedade, pela inversão de valores, pelas questões políticas a que estamos submetidos. A escola virou terra de ninguém, por mais que os profissionais se esforcem não encontram eco e ressonância porque existe uma força maior que puxa e descamba, havendo uma tentativa irresponsável de governantes e setores da sociedade cujo interesse é de enterrar e acabar de vez com a escola pública, não se sabe se outros meios revolucionários irão aparecer, se a família vai mudar e os pensamentos tomarão outros rumos. Todas as questões elencadas acima levam a situação precária das escolas públicas e até particulares.
Uma coisa nos deixa feliz e ao mesmo tempo triste em saber que a violência não é privilégio da escola pública haja vista o acontecido em Goiânia onde um jovem arranca uma arma e mata e fere alguns adolescentes, sabemos também que o uso de drogas indevido não foi criado pela escola, trata-se de uma instituição presente dentro da sociedade devendo ser tratado pelo conjunto da sociedade no sentido de coibir e buscar soluções para as questões porque professores e direção estão de mãos amarradas perante o excesso de direitos dos alunos e o risco iminente a que estamos submetidos, como a escola é uma das únicas instituições que impõe regras e limites, leva o confronto direto entre docentes, especialistas em educação e corpo discentes e até mesmo familiares que não compreendem o verdadeiro papel do professor, a falta de consciência, a quebra nas hierarquias e falta de penalizações que poderiam ser aplicadas engessam também a polícia preventiva que por sua vez não pode fazer nada mediante as leis que favorecem a bandidagem.
Seria melhor a pena da educação, mas esta educação começa no lar e a escola compete à função de complementar e ajudar as famílias, mas que tipo de família existe hoje? Os professores, a sociedade civil espera que as instituições sejam fortalecidas, que os políticos em vez de criticarem, façam alguma coisa para ajudar a escola e a sociedade, estamos cansados de sermos malhados como os culpados pelo fracasso da educação, ideia esta defendida pelos governantes e defensores do estado mínimo predominante em algumas camadas da sociedade, mas antes de ser mínimo faz se necessário administrar e direcionar os recursos de forma correta. Uma escola de qualidade levará a uma vida melhor e de qualidade. A violência, o uso de drogas indevidas, a falência da escola e da educação faz parte de uma sociedade letárgica, descompromissada, sem esperanças e sem futuro. Governo, sociedade e o conjunto de órgãos sociais precisam se unir para mudar este panorama.