É difícil chegar ao fim do dia - qualquer dia -, na Banânia, sem uma ansiedade crônica, esquizofrênica, no olhar. E a respiração difícil.
Mais angustiados que barata de ponta-cabeça.
Barbaridade! Vôte, macaxeira!
Vive-se dias trepidantes por aqui, e se você ficar 5 minutos sem acessar as redes sociais, os jornais, revistas, pode perder completamente o fio da meada – tantas e tão colossais revelações, fazem de qualquer peça de ficção já criada pela humanidade uma bobagem entediante.
Que grandes clássicos da literatura, que nada! Incrível mesmo é o que se vive nestas terras. Em tempo real; o tempo todo.
O festival de canalhice que assola estas paragens é algo sem precedentes na história do mundo.
Mais feio que indigestão de torresmo.
Lavaram a égua.
O assalto ao dinheiro público - o meu dinheiro, o seu dinheiro -, nas proporções astronômicas como vimos de ver - e ainda não estamos nem na metade do poço sem fundo da corrupção bananeira -, traz sensação de vazio, a falta de chão, tristeza, revolta, sangue nos óio - e a clara certeza de que daremos o troco. E vai ter recibo, sim!
Se avexem, não, infelizes das costas ocas. Baguás.
A vingança é um prato que se come frio, mesmo nos trópicos.
É que a latinidade anda cedendo espaço para o cálculo.
A classe média que sustenta esse bregueço todo, tá o cão comendo mariola.
Todos com sangue nos óio, a faca nos dentes, e a atitude superior de quem sabe esperar acontecer.
Nós não vamos fazer a hora, coisa nenhuma - e isto porque sabemos que não temos alternativa; mas a hora vai chegar e tem prazo certo.
Quem vai decidir a bagaça aqui, somos nós, que trabalhamos, que criamos renda, que sustentamos a república.
Se iludam, não, o resultado da pesquisa aqui somos nós.
Nós. Mais informados que gerente de funerária; mais ligados que rádio de preso. E já deu - só não publicamos ainda.
E era uma vez, um povo acabrestado, abestado e compassivo.
Mais judiado que filhote de passarinho em mão de piá.
Te acalma, vivente.
Era uma vez.
Era.