W. A. Cuin
“Não nos desanimemos de fazer o bem, pois, a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. (Paulo, Gálatas, 6:9)”.
Sem dúvida, seguir as pegadas de Jesus, que é a expressão máxima do bem, não é tarefa fácil, pois que exige grande dose de renúncia, coragem, determinação, perseverança e extremo desejo de substituir o homem velho que mora em nossa intimidade por um homem novo, recheado pelo ideal de construir uma sociedade mais justa, humana e fraterna.
Não podemos negar que em determinados instantes da nossa vida, ante os naturais e seguidos embates do cotidiano, registremos algumas dificuldades e mesmo a exaustão das energias. Nesses momentos, mesmo com uma carga maior de sacrifícios, precisamos seguir adiante confiando sempre na presença da proteção divina, lembrando Paulo de Tarso quando informou aos Gálatas: “não nos desanimemos de fazer o bem”.
Sabia o grande apóstolo que caminhar dentro dos padrões cristãos demandaria uma gama enorme de boa vontade e arrojo, e, é isso que tem constatado todos aqueles que se propuseram a servir ao próximo, e a distribuir o bem no contexto social em que vivem.
Mas a advertência apostólica soa forte em nossas mentes: não nos desanimemos”...
Muitas dores solicitam remédios, muitas lágrimas esperam por um lenço amigo, muitas feridas aguardam curativos e muitos problemas exigem solução... façamos o possível para nos colocarmos sempre à disposição daqueles que estendem as mãos em súplica, muitas vezes silenciosas, amando, amparando, socorrendo...
Surgindo a criança faminta, sem perguntas procuremos atende-la com alimentação básica, para que continue a esperar por dias melhores.
Surgindo o chefe de família desempregado, saiamos com ele à procura de uma ocupação, onde ele possa, com dignidade, ganhar o seu sustento e atender às obrigações familiares.
Surgindo o jovem desorientado, permaneçamos ao lado dele procurando ouvir-lhe os lamentos, mesmo a rebeldia e a indiferença, para vislumbrar como incutir-lhe uma mensagem de otimismo, seriedade e nobreza.
Surgindo um amigo em dificuldades morais, façamos o máximo esforço para informar-lhe sobre a importância da preservação dos reais valores da dignidade, dando de nossa parte exemplos de retidão de caráter.
Surgindo a criatura que cultiva a violência, falemos sobre a necessidade de dosarmos as energias, evitando desafetos e também que a agressividade pode danificar a nossa própria saúde, com conseqüências deletérias imprevisíveis.
Surgindo aquele que não gosta de trabalhar, informemos a ele os benefícios que surgem das ocupações úteis e procuremos incentiva-lo ao labor tão digno e imprescindível a todos nós.
Agindo assim, destemidos, dificilmente o desânimo encontrará portas de entrada em nosso coração. Naturalmente, seguir por essas estradas não será jornada das mais tranqüilas, mas, incontestavelmente será uma decisão extremamente salutar que nos trará a colheita da paz que buscamos e da felicidade que queremos.
Se Paulo disse “que ceifaremos se não desfalecermos”, nada temos a temer, importa então, seguir espalhando o bem, em todos os lugares, para todas as pessoas e a toda hora, no limite das nossas forças, obviamente, acrescidas pelo amor divino, que estará sempre ao nosso lado.
Não desanimemos...