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A relação entre Programas de Voluntariado Empresarial (PVE) e a capacitação de funcionários para inovação pode ser algo impensável à primeira vista para quem desconhece o tema. Os benefícios proporcionados pelo PVE são muitos e o incentivo à criatividade, à quebra de paradigmas, a conquista do famoso pensamento ‘fora da caixa’ talvez seja menos percebido, apesar de tão presente e valioso, para funcionários e empresas.
A variedade de trabalhos voluntários que se pode desempenhar é infinita e é bom que seja assim, pois amplia seu acesso. Todos podem participar. Em um primeiro momento, é natural imaginar o modelo ‘tradicional’ de trabalho, ou seja, o mais comum, como os realizados em instituições, como creches e abrigos, ou em grupos formados para realização de ações mais pontuais, como a organização de campanhas de arrecadação e distribuição de alimentos e roupas, entre outros. Nestes e em outros lugares quase invariavelmente há necessidade de otimizar a utilização de recursos arrecadados e mão de obra disponível, obter uma solução para aplicá-los da maneira mais útil, levando ao exercício da criatividade e predispondo à inovação. Esse trabalho, considerado 'tradicional', no entanto, é apenas a ponta do iceberg.
Uma ação representativa aconteceu recentemente com a ida de um grupo de funcionários de uma grande rede varejista para atuação voluntária em uma grande comunidade de baixa renda São Paulo. A oportunidade serviu como saída de uma realidade conhecida para uma outra, diferente talvez do esperado, e proporcionar integração com os moradores. Entre as atividades programadas, um passeio de reconhecimento pelo entorno e plantio de hortas móveis junto com os moradores, naturalmente driblando imprevistos, como os momentos de chuva.
No encontro desses mundos que podem ser tão diferentes, vimos que os funcionários da grande companhia não apresentaram um olhar julgador ou depreciativo sobre a realidade à sua frente, mas um olhar apreciativo e inovador ao enxergar as potencialidades da localidade, como imenso bairro periférico, populoso. Ao abordar um grupo que conversava entre si, ouvi o comentário: “A gente tinha de estar aqui. É um desconhecimento da nossa empresa não estarmos aqui, atendendo também nesta comunidade”. A aproximação de uma realidade diferente da já conhecida, do escritório, da moradia dos colaboradores, das lojas da rede proporcionou uma visão diferente sobre novas oportunidades, tanto de negócio quanto de outras ações e aproximações sociais. Um exemplo de manifestação espontânea de trabalho voluntário baseada na pura vontade de ajudar e fazer a diferença tem ocorrido desde a recente contaminação por óleo no litoral do Nordeste. Por conta própria, munidos de baldes, voluntários tem se organizado em grupos para atuar na limpeza das praias de toda a região. Assim é o caso do grupo “Guardiães do Litoral” em Salvador e cidades próximas, composto inicialmente por uma turma de amigos praticantes de surf, que cresceu, se diversificou e ampliou o raio da área monitorada na orla, de onde retiram baldes de óleo. Em apenas 72 horas após ser criado, o grupo reuniu mais de 5 mil seguidores na rede Instagram. Para otimizar o trabalho, criaram métodos, como a definição de monitores por região que vão às praias de sua responsabilidade quando a maré está baixa e compartilham por celular nos grupos de voluntários fotos e vídeos feitos com um aplicativo que exibe local e hora em que o registro foi feito, evitando alarmes falsos e facilitando a vida de quem vai chegar para ajudar na limpeza. E também pelas fotos é checada qual a área com maior volume de óleo no dia e dado alerta para todo o grupo e seguidores.
Esse caso de mobilização espontânea em Salvador repercute de modo ainda mais positivo por se somar e complementar à dos Guardiães como manifestação de solidariedade e pura inovação: com o apoio dos voluntários na retirada do óleo das praias, o Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia (Ufba) desenvolveu um projeto para transformar em carvão o petróleo recolhido das praias contaminadas. Pela técnica criada, de compostagem acelerada não inflamável e totalmente limpa, o petróleo é convertido em carvão em 60 minutos, segundo a professora doutora Zenis Novais da Rocha, responsável pelo projeto do qual participam quatro estudantes - três de graduação e uma de doutorado.
O exercício de criatividade ou a adaptação de uma ideia de terceiros pode superar a escassez de recursos e gerar resultados inesperados, como no caso do Rio de Janeiro, onde a artista Gabi Valente disposta a melhorar a aparência degradada de um muro em seu bairro, na Lapa, convocou moradores e artistas para realizar pinturas e escritos. Com custo total de R$ 300, doados por um comerciante do bairro, o projeto “Liberte seus sonhos” cumpriu seu objetivo e teve repercussão tão positiva que foi estendido para outros muros da cidade. A iniciativa teve inspiração nas intervenções da artista chinesa Candy Chang, residente nos EUA, e serve de exemplo sobre como pode ser positivo copiar e adaptar ideias simples e baratas, que podem ser reinventadas coletivamente e cooperativamente, colocando todos como agentes de transformação social. *Roberta Rossi é sócia da consultoria Conexão Trabalho, bacharel em direito, especialista em responsabilidade social empresarial pela Fundação Dom Cabral.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
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