Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Divulgação)
Bom Dia caro leitor! Como passou a semana? Já parou para pensar o que define o preço de um produto ou serviço como “caro” ou “barato”? Vamos te contar uma história.
Imagine a seguinte situação: são 18 horas de uma segunda-feira e você está desesperado para chegar em casa. O final de semana foi intenso: você recebeu parentes e amigos para um churrasco em casa e passou o final do seu domingo arrumando a bagunça. A segunda-feira se arrastou como se o final do dia não fosse chegar. O relógio bate 18 horas e você sai correndo do trabalho. Está chovendo. Ao chegar em casa, percebe que se esqueceu das chaves e sua(seu) esposa(esposo) saiu em viagem de trabalho. Você está trancado(a) para fora.
Você finalmente consegue ligar para o chaveiro. Ele vem e destranca a fechadura em dois minutos. Ufa! Você está a salvo da tempestade e dentro da sua casa. O valor do chaveiro? R$ 200,00. “O quê?”, você responde indignado: “Você fez o serviço em DOIS MINUTOS!”. Por que esse serviço lhe parece caro?
O nosso conceito de “preço das coisas” está diretamente ligado ao esforço que se leva para realizar o serviço ou fabricar o produto. R$200,00 parece dinheiro demais para um problema que foi resolvido em poucos minutos, aparentemente sem esforço nenhum do chaveiro. Se ele tivesse demorado 2 horas para destrancar a porta, talvez o preço cobrado não fosse considerado tão injusto. Não levamos em consideração, na hora de pagar por um produto ou serviço, o quanto o profissional estudou ou precisou adquirir experiência para resolver nosso problema em tão pouco tempo e de maneira tão simples.
Se levarmos em consideração o início da carreira desse profissional, ele poderia te contar a seguinte história: “no começo, eu demorava cerca de 3 horas para destrancar uma fechadura emperrada, quebrava os parafusos e acabava tendo que cobrar a mais do cliente pelas peças que não poderiam ser aproveitadas. Mas era uma época em que as pessoas pagavam pelo serviço sem reclamar e, inclusive, eu ganhava mais gorjetas. Hoje, que realizo o serviço em alguns minutos por causa da experiência e não quebro nenhuma pecinha. Os clientes reclamam e raramente ganho gorjetas”.
É assim que seu senso de JUSTIÇA funciona para considerar um serviço caro ou barato. Será que se o chaveiro tivesse enrolado para resolver seu problema, mesmo tendo capacidade de resolver de forma rápida, você pagaria sem reclamar por ter visto “esforço”? Pense nisso: valorizamos mais profissionais que demonstram mais esforços em resolver os problemas. Isso é psicologia econômica, que explica nossa relação comportamental em relação ao dinheiro.
É possível driblar essa forma de pensar? Sim, se em uma situação como a do chaveiro você conseguir analisar a sua competência em resolver rápido seu problema e que ele pode ter demorado anos para conseguir tal habilidade. Consuma conscientemente e saiba valorizar, de fato, o trabalho de pessoas competentes sem levar em consideração apenas o esforço visível aos seus olhos.