Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Divulgação)
Olá, caro leitor! Aproveitando o assunto que temos discutido, sobre educação financeira dos filhos, hoje vamos falar dos erros que os pais cometem e que podem criar traumas ou maus comportamentos em relação ao dinheiro na vida adulta. Isso porque toda a mentalidade financeira do seu filho é desenvolvida na primeira infância e, portanto, por influência da família.
O primeiro erro é acreditar que a criança precisa saber ler e escrever ou já conhecer matemática básica para começar a ensinar sobre o dinheiro. Existem comportamentos, como fazer escolhas, que são essenciais que a criança aprenda desde pequenininha. Sempre que puder, dê a ela a chance de escolher: no supermercado, no shopping, etc.. Isso ajudará a criança a perceber que fazer escolhas é sempre priorizar uma coisa e abrir mão de outra, ou seja, nem sempre ela poderá ter tudo.
Outro grande equívoco é adiantar a necessidade de compra e o desejo da criança: nenhum ser humaninho nasce desejando. Somos nós, adultos, que ensinamos. Se todas as vezes que você for ao shopping você compra algo (mesmo que o valor seja insignificante), você está ensinando a criança a consumir sempre. Está criando expectativa de compras desnecessárias. Até cerca de 2 anos de idade, a criança só necessita do seu carinho e sua atenção e não tem o significado da compra e do presente (você que desenvolve isso nela). Esse desejo surgirá naturalmente. Respeite esse tempo. Isso também serve para o consumo de doces e fast food: espere a criança manifestar o desejo de experimentá-los.
O terceiro é o ato de presentear. Sabemos que a vida tem estado cada vez mais corrida e os adultos tem tido menos tempo de estar com os filhos. Mas ficar presenteando a criança para suprir a ausência não é o caminho mais saudável. Assegure que o pouco tempo que vocês passam juntos seja de qualidade, deixe o celular de lado e viva boas experiências com a criança. Guarde o presente para datas especiais e para comemorações. O presente não vai substituir sua presença e ainda criará uma criança com expectativas de compra e consumista.
O último erro comentado hoje (sim, existem muitos outros) é sobre o cartão de crédito. Pouquíssimos pais explicam aos filhos que estão passando o cartão porque tem o dinheiro no banco, ou que vão precisar pagar isso depois. Nossas crianças tem acreditado que o cartão é a solução para o problema “não ter dinheiro”. Resultado: adultos que acreditam que cartões são verdadeiras fábricas de dinheiro e nunca conseguem pagar suas faturas. Traduzindo: adultos endividados.
Lembre-se: você é o exemplo. Se você não lê, não espere que seu filho goste de ler. Se você não tem uma alimentação saudável, não espere que ele coma corretamente. A lógica do dinheiro é a mesma: se você não é organizado financeiramente, não conseguirá convencer seu filho de que isso é importante. Como já dizia Gustavo Cerbasi, “pais consumistas criam filhos consumistas”. Se você não tem coragem de se organizar por você mesmo, pense no futuro dos seus filhos e dê o seu melhor por eles.