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Artigo
Educação Financeira para crianças: como educar seu filho para o dinheiro
Coluna Dinheiro à Dois por Graziele Delgado e Evandro Valereto
Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Divulgação)
Olá caro leitor! O nosso artigo dessa semana é para você, papai ou mamãe que se preocupa com a educação do seu filho para as finanças. Construir uma relação saudável com o dinheiro não é uma tarefa fácil, especialmente se você, adulto, ainda não conseguiu se organizar financeiramente.
A realidade no Brasil é que uma pequena parcela dos adultos tem, de fato, educação financeira. Isso ocorre porque esse tema só começou a ter alguma relevância a partir de 1995. Antes disso, nossa economia era instável demais, principalmente por causa da oscilação da inflação, e era muito difícil tratar desse tema. Isso nos trouxe uma herança cultural: a crença de que apenas especialistas da área de finanças sabem lidar bem com o dinheiro, o que felizmente vem sendo desmistificado graças à ascensão da internet.
Nossas crenças sobre o dinheiro são desenvolvidas no nosso subconsciente na fase da primeira infância. Isso quer dizer que podemos construir traumas ou ideias erradas sobre o dinheiro a partir do que ouvimos dos adultos ao nosso redor. Crenças como “só é possível enriquecer fazendo coisas ilícitas”, ou ainda que “Deus só ajuda quem tem uma parcelinha para pagar” são criadas nessa fase. Como não traumatizar seu filho?
Uma ideia errada é esperar uma certa idade para falar sobre dinheiro com as crianças: elas não precisam estar alfabetizadas ou saber matemática para construir uma boa relação com o dinheiro. Para crianças pequenas, se pode desenvolver a ideia de que a compra é um processo de troca: um produto ou serviço pelo dinheiro. Também é importante que a criança entenda que só se compra quando se fez um planejamento e se tem dinheiro: ficar passando cartão de crédito cria a ideia de que o dinheiro é infinito e, quando está ausente, basta passar o cartão. A criança cresce acreditando que o cartão é uma fábrica de dinheiro: é assim que se descobre a dívida.
Outra dica para filhos ainda pequenos é incluí-los no processo de compra: deixe que eles entreguem o dinheiro e recebam o troco. Você também pode dar um cofrinho ao seu filho, mesmo que ele não saiba matemática. O cofrinho deve ser transparente, para que ele perceba a quantidade de dinheiro aumentando. Também é interessante pegar o dinheiro do cofrinho para comprar algo que ele queira, assim ele perceberá que “compras” significam “perdas” de dinheiro. Isso pode ser essencial na hora de refletir sobre compras desnecessárias.
Uma dica para que a criança valorize mais o dinheiro e os seus pertences, é esperar uma data especial para presentear ou criar significado para conquistas. Use mais criatividade e menos dinheiro: aproveite aniversários para passar o dia juntos e fazer algo diferente em família. Um presente nunca deve ser mais importante do que a data. Substitua o “hoje é dia de ganhar presente” por “hoje é o SEU dia”.
E a última dica: SE EDUQUE. Criança aprende por exemplo e nossa sociedade já tem maus exemplos demais. Não adianta ensinar a criança a poupar se os pais não praticam isso em casa. Não compre sem necessidade, não assuma parcelas que podem desequilibrar seu orçamento. Como já dizia Gustavo Cerbasi: “Adultos consumistas formam filhos consumistas”.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
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