Bom dia caro leitor! Tudo bem com você? Avançamos para a segunda semana em quarentena e se tem algo que ficou claro até aqui é o quanto as pessoas estão financeiramente despreparadas para imprevistos. Infelizmente ou felizmente, o coronavírus escancarou a vida financeira na cara das pessoas e agora só existem dois caminhos: ou você continua fazendo tudo igual e corre o risco de continuar vivendo perrengues (tem gente que gosta de emoção né), ou você finalmente encara sua vida financeira e organiza aquilo que você mesmo bagunçou.
O primeiro passo é ter autorresponsabilidade: se sua vida financeira está um caos, é simples, a culpa é SUA. Não é do governo, nem da crise mundial, nem do padre ou pastor da sua igreja, nem dos seus pais. Quem tomou decisões erradas sobre o dinheiro no passado foi você, e quem paga o preço no presente também é você. Adivinha como será seu futuro se você não fizer nada? Pois é.
Uma coisa é fato: não existe crise para quem tem educação financeira. As famílias e empresas que tiverem reservas vão passar por esse período mais difícil e vão retornar mais fortes quando tudo voltar ao normal. Como você pode ser essa pessoa no futuro? O ponto chave dessa história de chama Reserva ou Fundo de emergência. Ele é seu pulmão financeiro: é ele quem te dá saúde mental e mantém seu patrimônio em tempos difíceis. Portanto, se você não tem esse fundo, coloque-o como prioridade na sua vida. A partir do momento que você tiver um fundo de emergência, você poderá pensar em viagens, investimentos, e na realização de qualquer sonho.
Para fazer seu fundo de emergência você precisa saber exatamente qual é o custo mensal da sua família. O ideal é ter um fundo que cubra suas despesas por 1 ano: se sua família tem um custo de R$2 mil ao mês, você vai precisar de (12 meses)x(2 mil) = R$24 mil de fundo de emergência. Caso você ache que um fundo para 1 ano seja muita coisa, tenha pelo menos para 6 meses que, nesse caso, seria R$ 12 mil. Nem pense que esse dinheiro pode ser colocado em aplicações de renda variável, como fundos imobiliários ou ações: ele tem que ficar em aplicações que tenha liquidez diária, ou seja, que você pode sacar quando quiser. Fuja de deixa-lo na poupança: a certeza é que você perderá dinheiro.
Se você não sabe o custo mensal da sua família, aproveite esse período para descobrir. Separe suas despesas em fixas e variáveis. As fixas são aquelas que vem igual todos os meses: aluguel, condomínio, energia (varia pouco), água, internet, plano de celular, academia, etc. Se você tem anuidade de cartões de crédito ou paga taxa bancária, isso também tem que aparecer nas suas despesas fixas. As despesas variáveis são aquelas que não possuem o mesmo valor todos os meses: supermercado, farmácia, pet shop, padaria, açougue, feira, almoçar ou jantar em restaurantes, os rolês com os amigos. Se você não sabe quanto gasta com cada uma dessas coisas, precisa descobrir: anote absolutamente tudo o que gastar com cada um no período de 3 meses. Uma boa estratégia para lidar com as despesas variáveis é colocar valores máximos para gastar em cada mês, assim você vai controlando semanalmente e não corre o risco de extrapolar o que foi planejado.
Essa crise vai passar, não tenha dúvida. Porém, outras virão. Essa não foi a primeira e não será a última. Portanto, mesmo que hoje sua vida financeira esteja um caos, está sob o seu poder decidir se na próxima você vai passar pelas mesmas dificuldades ou estará em paz. Educação financeira não é luxo, é uma estratégia que pode mudar a sua vida.