Manuel Ruiz Filho (Foto: Divulgação)
É verdade, não dá mais. Acabou e acabou. É uma decisão terrível, mas vejo a inutilidade sobrevoar sobre pessoas que não têm a fé como uma bandeira sagrada. Mas a verdade é que desisti mesmo de um monte de coisas. O otimismo eu quero carregar nas algibeiras. Desisti de reclamar de quem não faz opção por uma vida regrada de sucesso. Decidi me concentrar em quem quer... E se você observar atentamente, perto de você tem um monte de gente sedenta de conhecimento para contribuir. Desisti de fazer qualquer tipo de regime para ser igual a todo mundo. Por uma questão de bem estar e saúde resolvi ter o peso que eu devo ter. Apenas isso. Desisti de ficar lamentando quando as pessoas não praticam os mesmos pensamentos da maioria. Resolvi achar melhor respeitar o outro do jeito que ele se propõe ser e pronto. Por que as pessoas teriam que ser iguais? Desisti de achar que meu emprego é melhor que o emprego dos outros. Decidi aceitar que já havia passado da hora de eu ser um apaixonado pelo meu trabalho fazendo dele a inspiração da minha vida enquanto eu pudesse fazê-lo. Ah... Desisti também de buscar defeitos nos outros e focar um pouco nos meus. Já passava do momento de reconhecer o que de melhor tem cada um. Defeito é fácil de encontrar, é preciso concentrar-se nas qualidades em quem parece não tê-las. Desisti de torcer para que o meu celular fosse o melhor de todos. Agora eu quero apenas um celular para conversar com meus amigos e também utilizar no meu dia a dia. Desisti de achar que a minha opinião é a mais importante. Talvez muito melhor seja ouvir todas as opiniões, até mesmo as contrárias e aprender com elas. Acho mais salutar compartilhar as opiniões do que me propor a brigar que a minha seja mais coerente. Desisti de ter tanta pressa. Tudo na vida tem seu tempo, e se não aconteceu é porque não devia. Não quero dizer que eu vou “deixar a vida me levar” e parar de correr atrás do que eu acredito, mas não vou me desesperar se eu perder o voo. Sei lá o que poderá acontecer com o avião. Não desisti de correr da chuva. Tem coisa mais bacana que tomar banho de chuva? Há quanto tempo você não sente aquele cheiro de terra molhada? E se o resfriado chegar, qual o problema? Não vai ser o primeiro nem o último. Desisti de estudar tão somente por obrigação. Agora é uma rotina o prazer do meu aprendizado.
Desisti de trabalhar para fazer o meu sistema de produzir ser perfeito e impecável. Talvez seja melhor mantê-lo funcionando a serviço de todos com resultados mesmo que modestos. A prática altruísta enobrece mais os corações. Com essa forma de agir eu ganhei um monte de parceiros ao invés de cultivar arrogância. Se eu fosse você, desistiria também. Tem um monte de coisas que fazemos, carregamos e sentimos que jamais será preciso. Aceitas mudar comigo?