Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia querido leitor! Tudo bem com você? Hoje vamos falar da importância da educação financeira na vida da sua família e dos seus filhos. Para iniciar nossa reflexão, gostaríamos de deixar a pergunta “você está educando seu filho para o dinheiro ou simplesmente para o consumo?”. Esse é um questionamento bem interessante do livro “Pais inteligentes enriquecem seus filhos”, do Gustavo Cerbasi. Mas porque esse questionamento é tão importante?
Se você leu até aqui, certamente se preocupa com a forma com que seu(a) filho(a) tem lidado com o dinheiro. Ele(a) sabe o valor do dinheiro ou sua vida está resumida em “pedir para comprar”? Como ele(a) lida com os presentes? Ele(a) costuma ser recompensado por cumprir obrigações simples, como arrumar a cama e tirar boas notas na escola?
Falar na educação de crianças e adolescentes não é um tema fácil, afinal eles não têm manual de instruções, não é mesmo? Mas o fato é que a educação financeira passou a ser um dos mais importantes pilares de uma vida feliz e em equilíbrio. O problema é que a maioria dos adultos de hoje não tiveram esse conhecimento em suas vidas. O pouco que aprenderam, o fizeram passando os perrengues da vida e cometendo erros. Esse assunto ficou por muito tempo restrito aos especialistas e recentemente é que foi parar na mídia, no Youtube e em outros meios de aprendizado.
Mesmo que você não tenha total conhecimento sobre finanças, é importante ficar claro que ensinar educação financeira aos seus filhos não é uma questão matemática: trata-se de ensinar valores e ensinar a fazer boas escolhas. Quer saber se seu(a) filho(a) está aprendendo a se relacionar bem com o dinheiro? Vamos deixar algumas reflexões para que você tire suas próprias conclusões.
Vamos começar por você: você se lembra da sua infância e adolescência? Certamente, era uma época de muitas restrições. Tomar um refrigerante, comer um lanche na rua, tomar um sorvete ou até mesmo as balas e pirulitos eram luxos restritos aos finais de semana ou datas comemorativas. Quantas vezes você não teve presente de natal? Ou então, quantas vezes precisou abrir mão do presente de aniversário para ganhar um único item no natal? Provavelmente sua adolescência foi recheada de “nãos”. Agora, quantos desses “nãos” você consegue dar ao seu(a) filho(a)?
As referências de consumo mudaram e o padrão da classe média aumentou. O seu maior desejo hoje, como pai/mãe, é conseguir satisfazer os desejos dos seus filhos e evitar aquelas restrições que você sentiu na pele no passado. Tudo o que você quer é oferecer o melhor. Mas quais os resultados disso? Cada vez mais temos jovens que estão acostumados a serem recompensados por tudo, inclusive por fazer o mínimo de suas obrigações.
Você sabia que muitos jovens se demitem do próprio emprego por não receber elogios dos seus superiores? Será que na ânsia de realizar seus desejos, estamos criando uma geração que não sabe lidar com as próprias frustrações? Se uma das suas maiores preocupações é a segurança dos seus filhos, e isso inclui suas vidas financeiras, é importante você repensar de que forma vocês têm lidado com o trabalho e com o dinheiro.
Educação financeira tem a ver com valores e tomada de decisões. Ensine seu(a) filho(a) a escolher; ensine que o dinheiro é um recurso finito e ele não poderá ter tudo o que quer; ensine que tem tudo na vida é recompensado com presentes, elogios e mesadas. Ensine que o melhor da vida é de graça e seus filhos terão uma visão mais saudável e sustentável daquilo que o dinheiro realmente pode comprar.