Pablo Dávalos (Foto: Divulgação)
“Qualquer resultado diferente do sucesso, não é uma opção para esta empresa, simplesmente não aceitamos”. Já ouviu isso do seu gerente? É muito frequente escutarmos frases como esta de nossos supervisores em seus discursos de motivação, não? Frases de efeito espalhadas por todos os setores, comunicação e marketing enaltecendo os benefícios da empresa e a solidariedade gritada quando deveria ser anônima, todo mundo feliz, vídeos com a produção trabalhando a todo vapor sorridentes, alegres e entusiasmados... Se a propaganda é a alma do negócio, algumas empresas extrapolam em suas campanhas marqueteiras internas, o famoso endomarketing que cai por agua baixo quando o discurso contradiz o que é feito realmente. Em muitos lugares o endomarketing colaborativo é apenas uma fachada, uma cortina de fumaça que esconde os verdadeiros problemas da produção.
Enfatizo sempre, que para vencer este tipo de barreiras o trabalho em equipe é um grande aliado. Trabalhar com muitas ou poucas pessoas não significa exatamente que você está trabalhando em equipe. Todos os indivíduos podem ser altamente eficazes, mas admito que certos departamentos costumam funcionar melhores que os outros simplesmente por uma questão de liderança ou falta dela. Trabalhar em equipe não é tarefa para amadores e egoístas, pois implica colaboração e reconhecimento de um objetivo maior que nós mesmos, mas comum e benéfico para todos. Podemos dizer que um grupo nada mais é do que uma reunião de pessoas, mas não posso afirmar que todos os grupos são equipes. Costumo definir a palavra equipe, fundamentado nos princípios da Engenharia de Produção, como um grupo de duas, três, quatro ou mais pessoas que procuram de diversas formas, atingir um propósito comum, muitas vezes priorizando a resolução de problemas a fim de atender os objetivos e metas da organização com a qual eles estão comprometidos. Uma equipe deve ser portanto uma célula cooperativa.
Robert Eaton, ex-CEO da Chrysler Corporation costumava dizer: “O Líder é alguém que consegue levar um grupo de pessoas a um lugar onde elas sequer acreditam serem capazes de ir”. Ou seja, para Bob Eaton, equipes eficazes tem forte relação com liderança eficaz. Lembre-se, como gestor você precisa conseguir o melhor do trabalho em equipe na sua empresa, e isso envolve muito mais do que simplesmente colocar juntas as pessoas certas ou erradas em uma linha de produção sob o olhar de um supervisor sem experiência com olhar de arrogância e com uma prancheta na mão, fingindo anotações. Escolha cada uma das pessoas que irão compor sua equipe, avaliando os pontos fracos e fortes de cada um para garantir a melhor combinação de diversas habilidades, pois toda e qualquer diversidade é ótima desde que todos os indivíduos estejam dispostos a trabalhar juntos com capacidade produtiva comprovada.
Frases como: “porque sempre fizemos assim” já não são mais aceitáveis e beiram a ignorância da gestão, muitas vezes gestão antiquada e engessada. Inúmeras organizações torram milhares de reais com consultores sem nunca perguntar aos seus colaboradores quais são suas ideias sobre produtividade, fornecedores, matéria-prima, novos lançamentos ou redução de custos. Na minha opinião, isto é a eloquência da loucura e imbecilidade gerencial, muito comum em grandes empresas. Não se esqueça, de quando estiver na frente de uma equipe, lidere da melhor maneira possível: através do exemplo. Diga “nós” antes de dizer apenas “eu”. De maneira alguma se esqueça que a responsabilidade de tudo afinal é somente sua. Se algo der errado seja o primeiro a assumir a responsabilidade sem culpar seus subordinados, e no momento certo, sempre lembrando o princípio da confiança, resolva os problemas de maneira calma e moderada com sua equipe. Caso contrário, você somente trabalha com grupos e não equipes, e mais dias ou menos dias as faturas dos custos operacionais, fruto da falta de habilidade em liderar pessoas começarão a crescer exponencialmente. Pensem nisso.