Grazi Cavenaghi (Foto: Divulgação)
Querido leitor, seja bem-vindo!
Para o nosso encontro de hoje, resolvi convidar alguém especial e que estava um pouco abandonado: o meu coração.
Por favor, convide o seu também para estar aqui conosco. Peço licença para dar atenção ao meu convidado especial de hoje e espero que você faça o mesmo aí.
Seja bem-vindo, minha bússola interna, meu sol, meu guia.
Que horas será que eu o abandonei pelo caminho?
Eu andava conversando muito com a minha mente e, sinto dizer, mas às vezes, ela mente.
Ela me leva ao caminho da ilusão e, assim, tira-me do meu caminho.
Fora do meu caminho, aprisionada por Maya, que bem representa o “não ver” na tradição hindu ou budista.
Iludida, alucinada, dominada pelas minhas paixões, eu olhava para fora buscando respostas.
Confesso que sinto dor de ter me permitido ficar longe de você, minha bússola, a sensação é a mesma do prisioneiro que sai da caverna pela primeira vez.
Parece que escuto Platão sussurrando em meus ouvidos a Alegoria da Caverna, e você meu coração dizendo: só vai!
Eu procurava a felicidade fora.
Eu queria acabar com a fome no mundo antes de cuidar do sustento da minha família.
Eu queria socorrer o outro, antes de mim.
Coração, não te ouvir, me fez não sentir, e assim agredir o meu corpo que me acolhe tão bem nesta jornada.
Agradeço por continuar falando comigo, mesmo sendo ignorado.
Confesso que em alguns momentos ainda quero tudo isso. E está tudo bem, sou humana, sou luz e sombra. Integro tudo aqui e agora e me entrego à essa oportunidade de vida.
Sei que por toda vida continuará usando a sua voz para me fazer feliz, para me salvar da pulsão de morte, para me trazer ao meu caminho, para lembrar de pulsar na vida, de viver.
Sua voz, a minha vocação. Essa palavra que vem do Latim vocatio, “um chamamento”, de vocatus, “pessoa chamada”, de vocare, “chamar”.
Coração, prometo cuidar de você; eu vejo você! Eu me vejo em você!
Eu vou cumprir o meu propósito, que é o seu chamado. O chamado de continuar seguindo rumo à minha evolução e melhora, rumo ao amor que une todos nós, ao grande chamado que somos responsáveis: fazer um mundo melhor.
Eu vou lá no final deste ciclo saber que evoluí, que sou um ser humano melhor. Para isso, preciso de você.
Honro, aceito e agradeço a você, meu coração. E o mais importante: hoje eu já posso lhe ouvir, cada dia mais...
E como nosso foco é progredir, vamos juntos?
Em um lugar confortável, sozinho, sinta o que cada resposta lhe traz.
Você:
- Cuida do que chega e sai de você: pensamentos, palavras e emoções?
- Cuida do seu corpo, do seu templo?
- Cuida da sua casa, do seu ambiente?
- Cuida da sua família?
- Serve com o que, tem fazendo o seu melhor?
- Consegue ouvir a voz do seu coração? Do seu chamado?
Vamos cuidar do simples, do que realmente importa na nossa vida! Não adianta antes querer salvar o mundo, pois ele começa e termina em você. O coletivo começa e termina no eu.
Perceba-se nos nossos três pilares: no eu, no outro, no todo.
Somos seres únicos e a nossa missão ao todo é SER!
Seguimos, pois queremos um eu melhor, as pessoas à nossa volta melhores, um mundo melhor.
Vamos juntos?
Porque juntos somos +