Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia, caro leitor, tudo bem com você? Esperamos que sim! De acordo com a última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Trismo – CNC, em dezembro, cerca de 66,3% dos consumidores estão endividados. Isso significa que quase 7 em cada 10 brasileiros estão em situação de dívida. Segundo a mesma pesquisa, as maiores dívidas do brasileiro são o cartão de crédito e o crediário, ambas modalidades de crédito. Por ser um número de pessoas tão significativo, no artigo de hoje vamos falar sobre quais dívidas você deve pagar primeiro e como lidar com esse problema, que pode ter como consequências distúrbios emocionais, físicos, conflitos familiares e até mesmo o suicídio.
As dívidas ligadas ao cheque especial e ao cartão de crédito possuem os maiores juros do mercado, por isso, se você possui essas modalidades de dívida, precisa se preocupar em pagá-las primeiro. Para garantir uma boa negociação, você deve ter em mãos todos os dados da sua dívida: qual era o valor inicial, qual a taxa de juros que é cobrada, quanto você já pagou do valor inicial, quanto ainda falta pagar: esses dados vão te ajudar a renegociar essa dívida, conseguir bons descontos e se livrar de uma vez por todas desse peso.
Em geral, para lidar com as dívidas, você deve fazer um levantamento de tudo o que você deve, quem são seus credores, quais taxas de juros incidem sobre cada uma, qual era o valor inicial, etc. Depois de ter esses dados, você precisa pagar primeiro aquelas que crescem mais rápido, ou seja, as que tem juros maiores. É importante organizar seu orçamento e saber exatamente quanto você pode pagar nas parcelas, caso haja a proposta de renegociação: não adianta fechar um acordo de pagamento que você não conseguirá cumprir.
Outra dica é tentar trocar a sua dívida por outra com juros menores. Por exemplo, você deve no cartão de crédito e os juros que incidem é de 10% e você encontra algum empréstimo em que consegue juros menores. Nesse caso, pode valer à pena trocar a dívida do cartão pelo empréstimo, desde que você consiga se organizar e não faça ainda mais dívidas para o próximo mês. Tente desapegar o máximo de fazer novas dívidas: evite parcelar novas aquisições, compre comente o que for essencial para sua sobrevivência e encaixe sua vida financeira nos valores que você ganha.
Como última dica de hoje: NÃO esconda o problema da sua família. Muitos cônjuges acabam nem sabendo que seu(a) parceiro(a) está endividado(a) e isso só faz o problema aumentar. É importante compartilhar – por mais difícil que seja – porque, nesse caso, não dá para viver e consumir como se o problema não existisse. A sua posição diante das dívidas precisa ser “de guerra”: fazer o maior sacrifício possível no menor tempo possível. Quanto mais rápido o problema for resolvido, mais cedo você volta para sua paz e sua qualidade de vida – e isso não tem preço. Por isso, não dá para continuar vivendo como se nada estivesse acontecendo, e contar com a família é ter um time que joga junto para vencer o campeonato. Converse, explique os sacrifícios que farão, por quanto tempo farão, e como vão comemorar a superação do problema (só não vale fazer outra dívida na comemoração, hein!).
Lembre-se: se você está precisando parcelar, comprar com cheque pré-datado, ou seja, usar “dinheiro do futuro” para pagar seu consumo, precisa rever suas escolhas. Provavelmente, você está vivendo uma vida que não cabe no seu bolso. Quanto antes você resolver isso, mais qualidade de vida e satisfação você ganha. Imagine o quanto de juros já pagou para bancos e instituições: será que daria para fazer uma viagem com esse dinheiro? Como ele poderia ser melhor aproveitado? Essa escolha é sua!