Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia caro leitor, como vai? Bom, hoje falaremos um pouquinho sobre economia e como ela te afeta: na semana passada, circulou pelos jornais do país o anúncio de que haveria, a partir do dia 01 de fevereiro, uma nova greve dos caminhoneiros. Entre os motivos que os levaram à greve, um deles é o alto preço dos combustíveis. Você sabe como esse preço é calculado? Porque, apesar de ter empresas petrolíferas no nosso país, nosso combustível continua a ter preços tão abusivos?
Bom, em uma busca rápida no Google você consegue encontrar quatro fatores que afetam diretamente nos preços dos combustíveis, mas nós vamos te apresentar esses quatro e mais um, que faz toda a diferença, mas é pouco comentado por aí. Vamos a eles.
O primeiro fator que interfere no preço dos combustíveis é o preço do petróleo: por ser uma matéria prima com uma demanda mundial, o preço do seu barril está vinculado ao mercado internacional. Ou seja, existem variações diárias desse produto e, para piorar a situação, essa variação é em dólar.
O segundo fator é o próprio custo de produção dos combustíveis: existe um processo pela qual o petróleo passa para virar gasolina (ou diesel) e chegar até os postos em que você abastece: extração do petróleo, refinaria, frete, etc. Isso tudo envolve uma estrutura de empresa, funcionários e processos, e isso custa dinheiro. Qualquer produto que você seja capaz de pegar na mão passa por uma cadeia de produção, e custa dinheiro.
O terceiro fator é a margem de lucro do produto: precisamos entender que LUCRO NÃO É RUIM – LUCRO É BOM e nenhuma empresa sobrevive sem lucro (a não ser que ela seja estatal, mantida por nossos impostos). Obviamente, que a margem de lucro impacta no preço para o consumidor final. Atualmente, a margem de lucro do combustível é de, aproximadamente, 16% por litro. Portanto, em um exemplo básico, pagando R$4,00 no litro de combustível, cerca de R$0,64 é o lucro (por litro).
Os quarto e quinto fatores, especialmente, são aqueles que mais afetam o preço dos combustíveis (e também do gás de cozinha) e os tornam mais caros. O primeiro deles é o imposto: cerca de 40% do preço dos combustíveis são impostos. No mesmo exemplo anterior, seria um valor de R$ 1,64 apenas de impostos. Não é novidade que a carga tributária do Brasil é complexa e abusiva: basta comparar o valor dos impostos com a margem de lucro para você perceber o quanto isso é significativo.
O quinto e último fator, aquele menos comentado, diz respeito ao MONOPÓLIO que existe no mercado de petróleo no Brasil. Monopólio é quando uma única empresa domina todo o mercado, de forma que não haja concorrência. Juridicamente, a Petrobrás deixou de ter o monopólio garantido por lei em 1997 e, portanto, outras empresas poderiam se instalar e ser concorrentes desde então. Acontece que, na prática, o monopólio existe por vários motivos. Um deles é que, quando houve a possibilidade de abrir esse mercado, a partir de 1997, a Petrobrás já tinha dominado os principais pontos de petróleo no território, o que desmotivou a instalação de outras empresas concorrentes. Ainda assim, existem outras empresas no mercado brasileiro, mas que não conseguem se equiparar à Petrobrás: a empresa ainda é responsável por parte gritante desse mercado. Para se ter uma ideia, existem 17 plataformas de extração no Brasil, sendo que 13 pertencem à Petrobrás.
Um monopólio é ruim (para qualquer mercado) porque, quando há concorrência, os preços tendem a se equilibrar e alcançar um patamar “justo” para os consumidores. Quando existe o monopólio, você, consumidor, fica sem opção de escolher a empresa na qual será cliente, e acaba comprando o melhor das opções existentes (que nesse caso, não são muitas). Então sim, esse fator afeta significativamente o preço dos combustíveis.
O caminho para alcançar esse livre mercado, em que os preços se equilibram na concorrência, é que haja menos regulações dos setores por parte do Estado e mais incentivos ao empreendedorismo. Enquanto vivermos em um país que condena o empresário, taxado de explorador e malvado, e cuja carga tributária é tão alta que acaba matando as pequenas empresas, não conseguiremos avançar enquanto sociedade próspera e com qualidade de vida. A sua parte é justamente buscar por conhecimento: entender um pouco de economia e investimentos, controlar suas finanças e entender como a economia, como um todo, te afeta, é um ótimo jeito de começar. Excelente semana!