Grazi Cavenaghi (Foto: Divulgação)
Olá, caro leitor, seja bem-vindo hoje ao nosso espaço, InspireAção.
No primeiro dia do outono, dia de equinócio, quando o Sol cruza o plano do Equador e o dia e a noite têm a mesma duração.
A palavra equinócio vem do latim, aequus (igual) e nox (noite) = ‘noites iguais’. Na Astrologia, é o início do ano novo astrológico, com a entrada do sol no signo de Áries.
Em algumas tradições, comemora-se a chegada da vida espiritual, o equilíbrio das luzes e das sombras.
Com a nova estação, os dias ficam mais curtos e as noites mais longas.
A natureza se encarrega de nos trazer símbolos que marcam os ciclos da vida.
Há um ano, eu não estaria conversando com vocês sobre os ciclos, pois, como a maioria da população, vivia uma vida alucinada de trabalho e viagens.
Minha última viagem, no mês de março de 2020, foi para a capital.
Recordo-me, que tentei comprar, a caminho do aeroporto, um álcool gel na farmácia e não consegui. Uma das atendentes frisou que tinham um bom estoque, porém, as pessoas estavam com medo e tinham levado todos. Naquela viagem, fiquei pensando sobre o que aquilo significava, mas nem imaginava o que estava por vir.
Desde então, muitas coisas mudaram dentro de todos nós. Em mim, uma delas foi a atenção aos sinais e aos ciclos da natureza, como também uma abertura para outras culturas. Isso me trouxe a importância do respeito à diversidade.
E, com certeza, naquele outono passado, todos nós vivemos a intensidade do seu significado, que hoje, volta, abrindo um ciclo novo.
Estamos agora mais conscientes da nossa finitude e infinitude, da vida e da morte, da conexão entre todos nós, do render-se, do soltar-se, do entender que muitas vezes é preciso dar e outras, receber, que somos um.
Outono, tempo propício para o recolhimento físico e para o desenvolvimento no metafísico. Para o exercício da fé, com conexão ao que há de mais divino em nós: meditar, orar, centrar-se.
Tempo de desapego, de deixar ir o que não cabe mais na vida, o que está em exagero, que está sem uso. Mergulhar dentro da beleza que há em nós e de plantar.
E como nosso foco é progredir, vamos juntos?
Trago aqui uma passagem do poema, 0 homem; as viagens, de Carlos Drummond de Andrade, com sugestão para nosso outono, essa viagem de “si para si mesmo”:
“Só resta ao homem
(Estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar, colonizar, civilizar
Humanizar o homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria de con-viver”.
Para nosso outono, pratique o desapego do apego. Entregue-se.
Confie e permita-se o milagre da vida, pois queremos um eu melhor, as pessoas à nossa volta melhores, um mundo melhor.
Vamos juntos?
Porque juntos somos +