Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia leitor! Tudo bem com você? Nos últimos meses, devido à pandemia e à necessidade de distribuir auxílio para as pessoas, muito tem se falado a respeito da INFLAÇÃO. Esse fenômeno é conhecido – principalmente pelos mais velhos – como um aumento de preços desesperador e é temido por muita gente. Mas você sabe exatamente o que é isso? Quem gera essa inflação? Quais suas consequências na nossa vida?
A primeira coisa que você precisa saber sobre inflação é que ela NÃO É o aumento de preços no tempo: isso é consequência. A inflação é o aumento da oferta monetária no sistema, vulgarmente conhecido como “impressão de dinheiro”. Mas você pode estar se perguntando: porque o simples fato de aumentar dinheiro no sistema (de forma impressa ou digital) faz gerar a inflação, impactando o preço de tudo?
O dinheiro foi criado para facilitar as trocas de mercadorias. Se pararmos para pensar, essas mercadorias são limitadas. Portanto, o dinheiro (recurso limitado) serve para comprar produtos ou serviços (também de número limitado). Quando há aumento do dinheiro sem que haja aumento na produtividade, ou seja, a quantidade de dinheiro aumenta, mas a de produtos e serviços disponíveis não, ocorre um desequilíbrio de preços: mais dinheiro comprando os mesmos produtos/serviços disponíveis. Os preços disparam. Portanto, esse aumento de preços é uma CONSEQUÊNCIA do aumento da oferta monetária.
É importante destacar que o dono da impressora é o Estado, então cada governo vigente é quem decide por aumentar a oferta da moeda ou não. Além da impressão física ou digital de dinheiro propriamente dito, outra forma de aumentar a oferta monetária é mantendo a Taxa Selic baixa, porque isso torna os empréstimos e financiamentos mais baratos e, portanto, mais acessíveis. Essa medida costuma ser usada quando se pretende acelerar a economia visando o crescimento.
Mas por que é necessário imprimir mais dinheiro? Vamos pensar: imagine que sua família sempre gasta mais do que ganha e sempre fecha o mês no vermelho. O tempo vai passando e, ao invés de tentar diminuir os gastos, a vida de vocês vai ficando cada vez mais cara. Se você tivesse meios de “imprimir” mais dinheiro, você o faria? É exatamente isso que os governos fazem. Quanto mais o tempo passa, mais caro fica para manter a máquina pública e se gasta mais dinheiro. Como o Eaos discursos que pregam mais gastos e benefícios, mais impressão de dinheiro e menos contensão de gastos: não há meios de aumentar dinheiro no sistema sem gerar inflação. Para o rico, a inflação não faz a menor diferença, porque ele continua consumindo da mesma forma. Quem paga essa conta é o pobre, para quem o aumento de R$1,00 no quilo da carne determina qual será a alimentação da família. Se uma família gasta mais do que ganha e está enstado não gera riqueza, seu dinheiro sai dos impostos que nós, cidadãos, pagamos. Dessa forma, os governos optam por aumentar a oferta monetária no sistema, para cobrir os próprios gastos (ou geram mais títulos de dívida, como o Tesouro Direto, mas isso é assunto para outro artigo).
A inflação também é um dos fatores que corroem o seu poder de compra, que é o quanto você consegue comprar com seu dinheiro. Se você era criança na década de 90, comprava um kinder Ovo por R$1,00 e via sua mãe encher o carrinho do supermercado, gastando apenas R$100. Hoje, você paga R$8,00 pelo mesmo Kinder Ovo e os mesmos R$100 equivalem a duas sacolinhas no supermercado. Resumindo, você está perdendo poder de compra porque a moeda de desvaloriza a cada ano. O Banco Central tem uma meta de inflação a cada ano, ou seja, a desvalorização do dinheiro e o aumento dos preços é planejado na nossa economia. Se a meta de inflação para 2021 é 3,4%, isso significa que o governo pretende desvalorizar a moeda em 3,4% (isso sem contar a variação de 1,5% que pode ocorrer).
Portanto, fique atento dividada, só tem duas soluções: ganhar mais ou gastar menos. Para o Estado, a conta é a mesma: o problema é que eles sempre escolhem ganhar mais, ou seja, aumentar os impostos ou imprimir mais dinheiro. No final, quem paga essa conta somos nós.