Que absurdo pudemos constatar no matutino desta ferramenta de informação Jornal A Cidade que me deixou perplexo. Como se admite um legislador democraticamente eleito por alguns eleitores vir a público dizer que assinou um documento tão sério como é o caso da forma que informou ao jornal? - “que assinou o documento sem saber exatamente do que se tratava”. Pode um negócio desses? Um caso público de uma seriedade ímpar, ser assinado sem que o edil fizesse a obrigatória leitura e análise? É preciso entender que pessoas que “furam filas” são pessoas que não merecem fé e por isso precisam ser repreendidas, punidas e reeducadas. Arquivar uma CPI que iria investigar denúncias desumanas é no mínimo um ato de improbidade administrativa para os que tomaram iniciativas. Um dos envolvidos disse que sua falta de experiência o levou a assinar o documento em caráter de urgência, mas que depois, ao analisar a situação, percebeu que uma CPI seria prejudicial para a cidade neste momento. Como assim, cidadão? E o infectado que possa ter morrido pela falta de vacinação enquanto outro entrava em seu lugar? Como fica? O terceiro envolvido procurado pelo jornal A Cidade não retornou contatos, o que é uma pena sendo homem público e devedor de informações aos eleitores. A coluna do “Anote Aí” redigiu uma informação de que “a manobra para impedir que o pedido de abertura da ‘CPI do Fura-Fila’ entrasse em votação na sessão do dia 29 só poderia ter dois objetivos: blindar o prefeito Jorge Seba (PSDB) do desgaste natural que uma CPI provoca ou, impedir que a imagem do legislativo fique ainda mais desgastada com a provável rejeição do processo investigatório, já que a maioria na Câmara é governista”. O que eu entendo de coisa pública com relação aos Poderes, sempre foi que o Executivo, Legislativo e Judiciário nunca deve andar de mãos dadas, são poderes independentes. E quando se trata de assuntos investigativos de ilegalidades, menos ainda, como é o caso. Cada qual tem sua responsabilidade independente. Isso é Constitucional, não é uma mera dedução. A bem da verdade, tanto os protagonistas do fura-fila como os das aplicações de vacinas de vento precisam sim ser punidos, bem como a quem obedecem sendo os possíveis mandantes. Se parentes da edilidade tivessem sido vacinados de ‘mentirinha’, como muitos infelizes foram e em consequência houvesse contaminação viral, eu gostaria de saber se CPIs seriam canceladas a toque de caixa. Um brasileiro que se propõe assumir um cargo público no Executivo ou Legislativo precisa saber muito bem de suas obrigações e responsabilidades. Governar uma Cidade ou um Estado não é como administrar uma propriedade privada, que você faz o que lhe convém. Nesta, ninguém irá te cobrar erros, você paga a conta sozinho. Agora, administrar coisa pública é administrar o que não seu, é patrimônio da sociedade como um todo. Quando você comete absurdos toda a sociedade paga a conta injustamente. Bem, a Justiça, caso encontre ilegalidade, deverá providenciar o necessário. Que Deus tenha piedade de nós quando colocamos nosso voto nas urnas.