Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia querido leitor! Como vai você? Hoje vamos falar de polêmica nesta coluna! Recebemos em nossas redes sociais muitos pais que se preocupam com o futuro dos filhos e nos perguntam como começar a investir dinheiro para ajudá-los a realizar sonhos: pagar uma faculdade, um intercâmbio ou mesmo comprar um carro aos 18 anos. Isso não seria problema se os pais tivessem cuidado da própria aposentadoria, além de ajudar os filhos. Mas, considerando que apenas 1% da população se aposenta com boa qualidade de vida, precisamos destacar o quanto essa decisão de juntar dinheiro para os filhos pode ser equivocada e custar um alto preço à toda a família no futuro.
Vamos começar falando do que acontece atualmente, para a maioria da população. Os pais se esforçam para dar o máximo possível para os filhos (aquela questão do “vou dar tudo o que não tive”), com o seguinte pensamento: “se a vida do meu filho for mais fácil no começo, ele será bem sucedido mais cedo. Portanto, na minha velhice, ele conseguirá me ajudar, caso minha aposentadoria não seja suficiente”. Esse é o famoso olhar para o filho como um ativo, como um investimento. Na prática, você acha que vai ajuda-lo agora para que ele te ajude no futuro. É assim que os pais se sacrificam para conseguirem pagar escola particular, juntar dinheiro para ajudar a comprar o carro aos 18 anos, pagar a faculdade, pagar a entrada do apartamento quando os filhos se casarem, e por aí vai...
O problema é que, na maioria dos casos, esse pensamento dá errado. Na prática, não existem garantias que o filho será bem sucedido a ponto de assumir as responsabilidades financeiras da própria família (esposa e filhos) e dos pais, mais idosos. Para piorar, quanto mais velhos ficamos, maiores são nossas despesas: nossas necessidades de conforto aumentam, o plano de saúde fica mais caro, as frequências ao médico aumentam, as medicações e suplementos alimentares também. Moral da história: os pais não conseguem bancar seus gastos e os filhos precisam se virar para dividir essa conta. Independente de serem bem-sucedidos, precisam assumir essa responsabilidade moral e ética, afinal, os pais fizeram de tudo para ajudá-los na juventude. E assim o ciclo se repete de geração em geração, até que alguém tenha coragem de se organizar e não depender dos seus descendentes.
Se você vive essa realidade, saiba que você precisa quebrar esse ciclo: cuide da sua aposentadoria primeiro. Torne-se independente: esse é o maior presente que você pode dar aos seus filhos. Ele pode trabalhar e se esforçar para pagar a faculdade, comprar carro aos 18 anos e se virar quando sair de casa: ele será adulto e essas responsabilidades fazem parte da vida. Assumi-las até vai ajudá-lo a dar mais valor nas conquistas (sim, muitos jovens mimados não dão valor nisso porque não sabem quanto custou). Cuide de você e deixe que seu filho assuma o preço das suas próprias escolhas. Invista para você. Crie reservas para você. Faça uma previdência privada. De preferência, aprenda um mínimo de investimentos para não depender do INSS. Isso é independência financeira: não depender dos seus filhos nem de um sistema falido (INSS e Previdência Social) para continuar tendo qualidade de vida e usufruindo de boas escolhas.