Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia, querido leitor! Tudo bem com você? Nosso artigo dessa semana é pra te ajudar a usar essa ferramenta financeira maravilhosa, que também é o motivo de muita gente perder o sono: o cartão de crédito! A última pesquisa sobre o endividamento brasileiro publicada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que 67% dos brasileiros estão endividados, e a maior dívida é a de cartão de crédito. Por isso, falaremos sobre este vilão no artigo de hoje.
O primeiro grande erro que as pessoas cometem ao utilizar o cartão é acreditar que o limite representa um dinheiro A MAIS, além do seu salário. Por esse motivo, ele é desconsiderado na hora de planejar os gastos e aparece lá na sua planilha como “cartão de crédito”: uma caixa preta de gastos com uma fatura de R$1000. Você PRECISA considerar esses gastos como parte das suas receitas e precisa checar a fatura todos os meses, para acompanhar todas as despesas. Cartão de crédito é MODALIDADE DE PAGAMENTO e precisa ser utilizado como tal.
O segundo grande erro é quanto ao parcelamento: as pessoas acabam parcelando as compras como se não houvesse amanhã, sem analisar se aquela nova parcela cabe no bolso e quais impactos futuros ela terá. Vamos explicar melhor: quando você faz uma compra parcelada, está contando com um “dinheiro do futuro”: você ainda vai ter que trabalhar para pagar essa fatura. Ao mesmo tempo, essa parcela precisará ser descontada das suas receitas futuras, o que significa que você terá MENOS dinheiro para gastar nos próximos meses.
Vamos dar um exemplo: Imagine que você ganhe um salário de R$2 mil e suponha que você fez uma compra em quatro parcelas de R$50. Isso significa que, nos próximos quatro meses, você terá apenas R$1950 para gastar. É esse o impacto das compras parceladas no seu futuro: você fica com MENOS dinheiro disponível a cada nova parcela que você faz. A consequência é que você fica cada vez mais exposto ao que pode dar errado ou sair do controle: e se esse salário não existir? E se esse ganho for menor?
O melhor uso do cartão de crédito é aquele que impacta o menos possível sua vida futura. O ideal seria parcelar apenas quando você já tem o dinheiro para pagar à vista. Por exemplo, se você precisa comprar um notebook de R$3 mil q já tem esse dinheiro para pagar à vista. Como não teve desconto à vista, você pode parcelar em 10 x R$300. Esses R$3 mil ficam investidos em um ativo que pode ser sacado a qualquer momento e, dessa forma, esses R$300 são resgatados todos os meses para cobrir a fatura. Dessa forma, você nunca está contando com o dinheiro que ainda vai ganhar, e ainda “ganha” um desconto pelos rendimentos que esse dinheiro terá investido e pela inflação.
Se você ainda não consegue organizar seu cartão como no exemplo anterior, o correto é que você estipule valores máximos para gastar, que não ultrapassem 25% dos seus ganhos. Quanto menos essa fatura impactar na qualidade do seu consumo futuro, melhor.
No final das contas, o cartão é como um martelo: na mão de um marceneiro, é uma ferramenta de construção; nas mãos de um assassino, é uma arma. Seu cartão de crédito pode ser um grande aliado na sua organização financeira ou pode representar seu suicídio financeiro: depende da forma como você está utilizando.