Recentemente uma estátua da capital paulista foi objeto de vandalismo por parte de extremistas que atearam fogo à estátua de Borba Gato, um dos bandeirantes no início de nossa Terra Brasilis.
Apesar de não concordarmos com as ações realizadas pelos bandeirantes, muito especialmente no extermínio de membros da população indígena por onde passavam, assim como inúmeros fatos vivenciamos em nossa atual sociedade quando alguns se sentem no direito de atear fogo em homossexuais por não concordarem com as opções destes humanos.
Em outras culturas, indígenas, mães de filhos gêmeos determinavam que o segundo a nascer iria morrer e nem sequer eram amamentados.
Para aqueles que puderam ler sobre as viagens das caravelas portuguesas, puderam tomar conhecimento do uso e abuso a que eram submetidos as crianças e adolescentes embarcados como auxiliares nas longas jornadas em que, a maioria morria antes de chegar ao final da aventura.
Houve, também, relatos da antiguidade em que os pais eram autorizados a sacrificar os filhos que não desejam manter, na maioria dos casos, as meninas.
Hitler foi um outro exemplo que está na triste história da humanidade e que ainda conta com seguidores passado quase um século.
Portanto, tentar apagar o passado da humanidade destruindo estátuas ou fotos dos fatos ocorridos não apagará os males causados. Outro ponto, olhar para o passado com a lupa do presente nos parece equivocado. Para alterar, não mais cometer os erros do passado, sem dúvida que sim. Criar uma nova obra de arte, ainda que à frente da estátua de Borba Gato para repudiar as ações cometidas no passado e que não serão mais reproduzidas é, sem dúvida, uma ação passível de valorização coerente. Estamos tão ou mais bárbaros que os Bárbaros, não é?